Arthur Lira, atual presidente da Câmara dos Deputados, destacou recentemente diferenças significativas entre a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro e do atual presidente Lula. Segundo Lira (Progressitas), a diferença mais notável é a centralização das decisões. Enquanto Bolsonaro era conhecido por um estilo de governo mais centralizado, mas delegava, Lula também tem seguido o caminho semelhante da centralização, mas não delega, o que, na visão de Lira, é algo que precisa ser revisto.
Lira sugere que Lula deve aprender a delegar mais, confiando em seus ministros e colegas para melhorar a governança. Ele expressou preocupação com a estratégia de Lula de impor sua agenda ao Congresso através de decretos e tentativas de alterar decisões anteriores. Em alguns casos, Lula chegou a recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) em face da oposição.
A comunicação de Lira tem sido consistente, expressando uma crescente distância entre o governo e a Câmara dos Deputados. Isso é visto como um fator preocupante que exige uma mudança na abordagem do governo. O tom de Lira em relação ao governo tem mudado desde o início do ano. O presidente da Câmara começou com uma postura mais construtiva, disposto a trabalhar em parceria com o governo. No entanto, ao longo dos meses, ele se distanciou gradualmente dessa posição.
Lira acredita que a falta de delegação por parte do governo Lula é um fator contribuinte para os desafios atuais. No entanto, ele também sugere que a questão não é apenas sobre delegar responsabilidades, mas também sobre o mérito das decisões tomadas pelo governo.
Ele citou o exemplo do polêmico projeto de lei das fake news, que tem enfrentado forte oposição. Lira questiona até que ponto a capacidade de delegar melhoraria a aceitação de decretos que buscam alterar leis recentemente aprovadas e debatidas no Congresso Nacional.
Neste cenário, Lira apela para uma mudança na estratégia do governo para melhorar sua relação com o Congresso. Ele ressalta a importância da delegação e da confiança em seus colegas de governo para implementar uma governança eficaz. No entanto, também destaca que o mérito das decisões políticas não pode ser negligenciado, sugerindo uma abordagem mais equilibrada para a tomada de decisões no nível governamental.