Teresina, 12 de outubro de 2024
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Disputa pelo controle do União Brasil em Teresina será decidida pela Justiça

Ronney Lustosa recorre da decisão do diretório estadual que anulou eleição em Teresina. Casos semelhantes acontecem em vários outros estados pelo comando da sigla.

O ex-vice-prefeito de Teresina e atual secretário de administração da PMT, Ronney Lustosa, recorreu à justiça para invalidar a decisão do diretório estadual do União Brasil no Piauí que desconsiderou a eleição que definia o diretório municipal da sigla na capital. A ação sinaliza as tensões em torno do controle do partido, uma situação que se replica em outros estados brasileiros, como o Espírito Santo.

A eleição de diretórios municipais é fundamental para garantir estabilidade nas gestões partidárias. Com um mandato que varia entre dois a quatro anos, os diretórios trazem segurança aos dirigentes, diferentemente dos órgãos provisórios, cuja validade máxima é de um ano e podem ser alterados a qualquer momento por decisões de executivas estaduais ou nacionais.

Lustosa afirma que a eleição do diretório municipal atendeu todos os critérios estabelecidos no estatuto do União Brasil e observou requisitos de transparência. Entretanto, no final de junho, a executiva estadual reuniu-se e desconsiderou a eleição, transformando o diretório municipal em um órgão provisório novamente. De acordo com especialistas em direito, tal decisão deveria ser tomada na esfera judicial, não apenas administrativa.

“A eleição foi legítima”, defende Lustosa, negando alegações de irregularidades no processo.

Por outro lado, a mudança no status do diretório municipal não parece ter sido motivada apenas pela suposta falta de conformidade no processo eleitoral. Silvio Mendes, que assumiu provisoriamente o comando da sigla na capital, citou a aproximação e participação do União Brasil na gestão municipal como um dos motivos para a destituição.

“Como você está em um partido e se comporta como oposição dentro desse partido aderindo ao prefeito ao qual somos oposição?”, questionou Mendes, pré-candidato a prefeito de Teresina.

União Brasil vive clima de disputas judiciais nos estados

A disputa pelo controle do União Brasil em Teresina é um capítulo de uma batalha maior que se desdobra em vários estados. O fato se repete em pelo menos outros três estados: Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e Pernambuco, estado onde o grupo do próprio fundador da sigla, Luciano Bivar, perdeu o comando da legenda no estado.

No Espírito Santo, a última semana foi de tensão. A sigla ficou sem comando após a queda de uma liminar que garantia a permanência de Felipe Rigoni, ex-deputado federal no comando.

Já em Mato Grosso do Sul, a disputa foi parar o Tribunal de Justiça do Estado e parece estar longe de se resolver.

As ações que questionam a legitimidade das eleições de diretórios partidários ocorrem na esfera civel. Há pouco mais de um ano da eleição, essa instabilidade preocupa pré-candidatos que, diante do impasse, acabam procurando outras siglas para garantirem suas candidaturas.

Os próximos passos na justiça e as decisões tomadas pelos líderes partidários determinarão o futuro da legenda em Teresina e, possivelmente, terão impacto na estratégia do partido nas eleições em Teresina.

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