No último dia 29 de dezembro, um trágico acidente em São Vicente, litoral de São Paulo, resultou na morte do cantor de pagode Adalto Mello, de 39 anos. O responsável pelo atropelamento, Thiago Arruda Campos Rosa, de 32 anos, foi preso após ser flagrado dirigindo embriagado e em alta velocidade. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu habeas corpus ao motorista, que agora aguarda liberação da Penitenciária II de Tremembé.
A decisão do STF e o caso de Thiago Arruda
A decisão do STF, tomada pelo ministro André Mendonça, ocorreu na quarta-feira, dia 14. Thiago havia sido inicialmente negado em todas as instâncias anteriores, mas o ministro argumentou que, por não apresentar antecedentes criminais e comprovar residência fixa, era viável a aplicação de medidas cautelares alternativas à prisão. O habeas corpus permite que Thiago aguarde o processo em liberdade, a partir da definição formal das medidas cautelares e expedição do alvará de soltura pela Justiça de São Vicente.
O acidente fatal ocorreu quando Adalto pilotava sua motocicleta na Avenida Tupiniquins e foi atingido pelo veículo de Thiago, que estava sob a influência de álcool. O teste do bafômetro indicou que o motorista apresentava 0,82 mg/l de álcool no sangue, um número alarmante que excede em 2050% o limite permitido pela legislação brasileira. Essa alta taxa alcoólica resulta em penalizações pesadas, incluindo a possibilidade de prisão.
As circunstâncias do acidente
Informações do Instituto de Criminalística revelaram que Thiago dirigia em uma velocidade incompatível com o trânsito local, cujo limite era de 50 km/h. O laudo indicou que a velocidade era excessiva, mas não foi possível determinar a velocidade exata no momento do acidente. As circunstâncias em que ocorreu o atropelamento levantam discussões sobre o comportamento do réu e a natureza do acidente, com a defesa argumentando pela caracterização de homicídio culposo. O advogado de Thiago, Mário Badures, sustentou que o acidente não teve dolo, ou seja, intenção de matar.
O impacto da tragédia na vida de Adalto Mello
Adalto Mello, além de cantor e compositor, era formado em Educação Física e pai de um menino de 10 anos. Nascido em Santos, o músico teve um amor profundo pela música desde a infância, quando começou a tocar violão e, posteriormente, cavaco. Ele se apresentava em eventos e sonhava em viver de sua arte. Sua morte não apenas abalou a comunidade musical, mas também deixou um vazio na vida dos familiares e admiradores.
O acidente, captado por câmeras de segurança, ilustra a gravidade da situação. As imagens mostram o impacto brutal e as consequências do atropelamento, levando à morte imediata de Adalto, mesmo com os esforços das equipes de emergência que chegaram ao local. A tragédia tem gerado discussões em torno da responsabilidade de motoristas sob efeito de álcool e a necessidade de medidas mais severas contra a embriaguez ao volante.
Próximos passos no processo judicial
A Justiça de São Vicente agendou uma audiência virtual de instrução para o dia 17 de junho, onde testemunhas de acusação e defesa serão ouvidas. A audiência inclui relatos de policiais que atenderam a ocorrência e familiares da vítima. O juiz decidirá, após as oitiva, se o caso prosseguirá para um júri popular.
Enquanto aguarda o desenrolar do processo, Thiago Arruda enfrenta a repercussão do caso, que suscitou debates sobre a segurança no trânsito e a responsabilidade individual. É uma lembrança de que decisões imprudentes ao volante podem levar a tragédias irreversíveis, afetando não apenas as vítimas, mas também as vidas de todos os envolvidos, incluindo familiares que convivem diariamente com a dor da perda.
O destino de Thiago e as implicações legais de seu ato, assim como a busca por justiça para Adalto Mello, permanecerão no centro da atenção pública e nos debates sobre a segurança e a legislação de trânsito no Brasil.