A confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial localizada em Montenegro, no Rio Grande do Sul, na quinta-feira (15/5), trouxe à tona uma série de preocupações sobre a saúde pública e a segurança alimentar no Brasil. Com a doença já presente no mundo por mais de duas décadas, a chegada do vírus ao território brasileiro em 2023 até então era restrita a aves silvestres. Agora, o país enfrenta um novo desafio diante da expansão do problema.
O que é a gripe aviária?
A gripe aviária, também conhecida como influenza aviária, é uma doença viral altamente contagiosa que afeta predominantemente aves silvestres e domésticas. Embora o risco de transmissão para humanos seja considerado baixo, a infecção pode ocorrer principalmente entre pessoas que têm contato direto com aves afetadas. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, essa preocupação é real, especialmente para trabalhadores que atuam em granjas ou fazem o manejo de aves.
Os sintomas mais comuns em aves infectadas incluem dificuldade respiratória, secreções nasais ou oculares, espirros, incoordenação motora, torcicolo, diarreia e uma alta taxa de mortalidade. É importante notar que qualquer suspeita de gripe aviária deve ser imediatamente comunicada à Secretaria da Agricultura local, garantindo uma resposta rápida e eficaz à situação.
Risco de transmissão para humanos
A confirmação da gripe aviária no Brasil levantou a questão: é possível que humanos contraíam a doença? O Ministério responde que sim, mas enfatiza que o risco é considerado baixo. “O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e ocorre principalmente entre aqueles que têm contato intenso com aves infectadas”, explicaram os especialistas.
Medidas de precaução são essenciais para evitar contaminações. O Ministério da Agricultura recomenda que as pessoas não toquem ou recolham aves doentes, pois o contato com secreções e fluidos corporais de aves contaminadas é a forma mais comum de transmissão do vírus para humanos.
Cuidados necessários para prevenir infecções
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), objetos ou água contaminados com secreções de aves também podem representar um risco à saúde. Casos em humanos têm sido principalmente associados à falta de proteção adequada, como o uso de máscaras e proteção ocular durante o manejo de aves doentes.
É fundamental que pessoas que trabalham com aves adotem medidas rigorosas de higiene e proteção pessoal, reduzindo assim a possibilidade de exposição ao vírus. Esse é um alerta não apenas para os criadores de aves, mas também para profissionais da saúde e controladores sanitários que possam ter contato com o vírus no dia-a-dia.
Consumo de carne e ovos: há risco?
Uma preocupação comum entre os consumidores é sobre a segurança do consumo de carne de frango e ovos. O Ministério e a OMS garantem que não há registro de contaminação através da ingestão desses produtos, desde que sejam preparados corretamente. “Os alimentos seguem seguros para consumo”, afirmaram fontes oficiais.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou que o cozimento correto elimina o vírus, além de impedir a contaminação por outras bactérias, como a salmonela. “Não há risco da pessoa se contaminar consumindo carne de frango e ovos. Pode consumir com tranquilidade”, disse Fávaro em entrevista à GloboNews. Essa afirmação busca tranquilizar tanto os consumidores quanto os setores produtivos afetados pela confirmação da gripe aviária.
Quem está mais exposto ao vírus?
O maior risco de contágio se concentra entre indivíduos que lidam diretamente com aves infectadas. Isso inclui criadores, tratadores e aqueles envolvidos em ações de controle sanitário. Como explicou o ministro Fávaro, “o risco para humanos existe para quem manuseia o animal, quer sejam os tratadores ou os profissionais que recolhem carcaças dos animais que morreram devido a esse vírus”.
Frente a essa situação, é necessária uma mobilização coletiva para garantir a saúde pública e a segurança alimentar, além de reforçar a importância da responsabilidade individual e coletiva em relação à prevenção de contágios. As autoridades seguem monitorando a situação e recomendam que a população mantenha-se atualizada sobre as diretrizes e recomendações relacionadas à gripe aviária.
O controle da gripe aviária é essencial para proteger não apenas as aves, mas também a saúde humana e a integridade econômica do setor avícola no Brasil. Assim, a conscientização e a adesão às orientações das autoridades são fundamentais neste momento crítico.
