Brasil, 17 de maio de 2025
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Vereador Jair Renan Bolsonaro defende a ditadura militar como “melhor época do Brasil”

Jair Renan Bolsonaro faz polêmica declaração em sessão da Câmara sobre a ditadura militar, provocando reações na sociedade.

O vereador Jair Renan Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, causou controvérsia durante uma sessão da Câmara Municipal de Balneário Camboriú (SC) ao afirmar que a ditadura militar, que vigorou entre 1964 e 1985, foi “a melhor época do Brasil” para “a maioria dos mais velhos”. Esta declaração foi feita enquanto ocorria a votação de um projeto de lei que criava o Dia Municipal da Democracia, uma homenagem ao primeiro prefeito da cidade, Higino João Pio, assassinado em 1969 durante a repressão militar.

A polêmica na câmara municipal

Durante a discussão acerca do projeto proposto pelo vereador Eduardo Zanatta (PT-SC), que sugere a criação do Dia Municipal da Democracia no dia 3 de março, Renan levantou questões sobre a escolha da data, destacando que, em sua visão, a homenagem deveria ser feita em uma data mais positiva, como o aniversário do homenageado ou um dia significativo. “É a primeira vez que vejo uma homenagem no dia da morte de uma pessoa. Geralmente, é no dia do aniversário, ou no dia que ela fez alguma coisa importante”, afirmou.

Renan Bolsonaro também criticou o projeto, sugerindo que iniciativas do Partido dos Trabalhadores (PT), seu principal adversário político, têm um tom ideológico. Ele foi além, questionando o conceito de “golpe” referente ao evento histórico de 1964. “Que golpe foi esse em 64? O povo saiu às ruas pedindo que os militares assumissem o poder com medo do comunismo entrar no Brasil. O Congresso votou e elegeu Castelo Branco, que golpe foi esse?”, indagou em seu discurso.

Reação dos demais vereadores

A declaração de Jair Renan não passou despercebida. O vereador Eduardo Zanatta respondeu que “o passado da cidade não deveria ser reescrito por quem não conhece a história”, recomendando inclusive que Renan assistisse ao filme “Higino Pio: Verdade Revelada”, produzido com recursos da Lei de Incentivo à Cultura, como uma forma de entender melhor a história de Balneário Camboriú. “Ele nega a história do próprio país”, declarou Zanatta, referindo-se à postura do vereador do PL.

Outro vereador, Marcos Kurtz (Podemos), também se manifestou, refletindo sobre a importância de celebrar a democracia e a memória dos que sofreram durante a ditadura. “É isso que está sendo colocado aqui, instituir o dia da democracia para que a gente possa realmente enaltecer esse prefeito que foi eleito, não conseguiu exercer o seu mandato e foi morto durante o seu mandato”, destacou Kurtz.

A repercussão e o contexto histórico

A fala de Jair Renan Bolsonaro reflete uma corrente de pensamento que vem crescendo entre alguns setores da sociedade brasileira, onde a ditadura militar é vista com saudosismo por alguns. Este cenário se traduz em debates acalorados a respeito da memória histórica e das narrativas que moldam a compreensão do passado. Para muitos, a ditadura representa um período de opressão, censura e violação dos direitos humanos, enquanto outros a enxergam como um momento de “ordem” e “progresso”.

Diante do panorama atual no Brasil, onde a polarização política é uma constante, declarações como a de Renan levantam questões importantes sobre como a história é interpretada e debatida nas esferas política e social. A posição do vereador não é apenas uma mera opinião pessoal, mas sim parte de um debate mais amplo que envolve a memória coletiva do país, a luta pela justiça e a maneira como os cidadãos se relacionam com seu passado.

Com o avanço da discussão sobre a criação do Dia Municipal da Democracia, observa-se uma necessidade urgente de reflexão sobre as lições do passado e como elas podem orientar o futuro da democracia no Brasil. O país continua na busca por um diálogo construtivo que respeite as diversas histórias e experiências que compõem sua rica e complexa tapeçaria cultural.

A polêmica em torno das declarações de Jair Renan Bolsonaro destaca a importância de se lembrar e discutir o passado, não apenas como um exercício de memória, mas como uma responsabilidade cívica que todos devem assumir.

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