Brasil, 10 de maio de 2025
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A Selic é elevada para 14,75% ao ano e seus impactos

O Copom do Banco Central decidiu aumentar a taxa Selic, impactando crédito e consumo no Brasil.

Na última quarta-feira, 7 de maio, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou um ajuste na taxa Selic, que subiu de 14,25% para 14,75% ao ano. Esse valor representa o maior patamar da taxa em quase duas décadas, voltando ao nível registrado em julho de 2006. Naquela época, a economia brasileira experimentava um crescimento robusto, enquanto hoje enfrenta desafios mais significativos relacionados à inflação.

A decisão do Copom e suas justificativas

Este aumento representa a sexta alta consecutiva na taxa, que começou a subir em setembro de 2024, ao interromper um ciclo de cortes. A principal razão para esta decisão, de acordo com o Copom, está relacionada aos riscos inflacionários, que agora são considerados mais elevados do que o normal. O BC procura assim controlar a inflação, a qual se situa atualmente em 5,48% ao ano, acima do teto da meta estabelecida de 4,5%.

Os efeitos práticos da alta da Selic

Mas o que essa elevação significa na prática para o cidadão comum? Quando a Selic sobe, o crédito tende a se tornar mais caro, o que acaba estimulando a poupança, mas limitando o consumo. Isso pode impactar diversos aspectos de nossa vida cotidiana. Veja abaixo os principais pontos afetados:

  1. Crédito: Com a Selic mais alta, os empréstimos e financiamentos tendem a se encarecer. Isso significa que na prática o consumidor pagará taxas de juros mais elevadas ao buscar financiamento para bens e serviços.
  2. Consumo: O encarecimento dos créditos resulta em um impacto direto no consumo. Com produtos e serviços mais caros, é esperado que as famílias reduzam seus gastos.
  3. Emprego: Embora a elevação dos juros tenha um efeito positivo ao conter a inflação, pode resultar em um arrefecimento da atividade econômica, o que pode levar a uma diminuição nas contratações ou até mesmo demissões.
  4. Investimentos: Em contrapartida, os investimentos em renda fixa podem se tornar mais atraentes, já que a remuneração destes é baseada na taxa de juros. Títulos públicos, CDBs e debêntures, por exemplo, tendem a oferecer rentabilidade maior em ambientes de juros altos.

Entenda a situação dos juros no Brasil

A taxa Selic serve como o principal instrumento do BC para controlar a inflação. O cenário atual requer uma atuação mais firme da política fiscal, uma vez que a inflação elevou-se ao ponto de exigir medidas drásticas para seu controle.

  • Aumentos na Selic têm a intenção de reduzir o consumo no país, o que poderá ajudar a desacelerar os preços.
  • As expectativas atuais indicam a possibilidade de que a taxa de juros permaneça elevada e abaixo de dois dígitos durante a administração do governo Lula.
  • A próxima reunião do Copom está agendada para os dias 17 e 18 de junho, quando novas decisões poderão ser tomadas.

A análise dos especialistas

No comunicado que acompanhou a recente decisão, o BC descreveu a situação econômica global como “adversa e particularmente incerta”, especialmente devido às condições nos Estados Unidos. A ausência de um direcionamento claro para o futuro da Selic signaliza uma postura mais flexível do Banco Central, permitindo reações rápidas a dados econômicos futuros.

Marcelo Bolzan, sócio da The Hill Capital, considera que a falta de previsibilidade nas próximas reuniões é positiva. “Isso significa que o comitê pode decidir não aumentar ainda mais a taxa na próxima reunião, dependendo das condições econômicas à época”, diz Bolzan.

Por outro lado, João Kepler, CEO da Equity Group, lembra que a elevada Selic reflete uma preocupação com os desequilíbrios estruturais da economia. “Sem disciplina fiscal, enfrentaremos dificuldades crescentes, onde o juro elevado torna-se a única ferramenta contra a inflação, custando emprego e renda ao povo brasileiro”, comenta.

A atual situação da Selic e os próximos passos do Copom serão cruciais para a economia brasileira e a vida de cada cidadão, que pode sentir os efeitos diretos de uma política monetária agressiva.

Infográfico sobre a taxa Selic
Infográfico sobre os impactos da alta da taxa Selic.

*Com conteúdos de reportagem publicada em 30/1/2025.

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