Na última quinta-feira, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) divulgou os dados do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), que revelam uma realidade alarmante: mais de um quarto da população brasileira, equivalente a 26,7%, reside em cidades com condições precárias de desenvolvimento. Isso representa cerca de 57 milhões de pessoas vivendo em regiões com avaliações de desenvolvimento baixo ou crítico. O cenário exige atenção especial, uma vez que 47,3% dos municípios brasileiros enfrentam essa problemática.
Momento crítico para desenvolvimento municipal
O IFDM analisou a situação de 5.550 cidades em 2023, com base em indicadores de Emprego e Renda, Saúde e Educação. Esses dados consideram uma variedade de fatores, como acesso à educação integral, cobertura vacinal, PIB per capita e diversidade econômica das regiões. O índice varia de 0 a 1, onde valores abaixo de 0,6 apontam desenvolvimento baixo ou crítico.
O mapa do desenvolvimento revela desigualdades históricas. Nas regiões Norte e Nordeste, impressionantes 87% dos municípios estão classificados como de desenvolvimento baixo ou crítico. Em contraste, no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, apenas 20% dos municípios apresentam desempenhos semelhantes, o que evidencia um abismo entre as realidades regionais.
Norte e Nordeste enfrentam piores condições
A análise por estado destaca que dez estados têm mais da metade da população vivendo em cidades em condições precárias. Todos estão ubicados nas regiões Norte e Nordeste, com o Amapá liderando o triste ranking, onde 100% de seus habitantes vivem em municípios com condições insatisfatórias de emprego, saúde e educação.
Além do Amapá, outros estados que figuram entre os piores desempenhos são o Maranhão (77,6%), Pará (74,6%) e Bahia (70,5%). A lista segue com Piauí (65%), Sergipe (63%), Pernambuco (60%), Acre (56%), Paraíba (55,5%) e Rondônia (52%), demonstrando que esses locais carecem de investimentos e políticas eficazes para reverter esse quadro preocupante.
Desempenho positivo em outras regiões
Por outro lado, as melhores performances estão concentradas no Distrito Federal (0%), São Paulo (0,3%) e Santa Catarina (1,1%), onde praticamente toda a população vive em cidades com desenvolvimento alto ou moderado. Em São Paulo, menos de 1% dos moradores estão em áreas com desenvolvimento precário. Esses dados ressaltam a importância de investimentos em infraestrutura e serviços públicos para elevar a qualidade de vida da população.
O estado do Rio de Janeiro apresenta uma situação intermediária, com 31,9% da população vivendo em cidades com baixos indicadores de desenvolvimento. No Ceará, esse percentual é de 29,1%, reforçando a necessidade de um olhar mais atento às políticas públicas encaminhadas para essas regiões.
Impactos nas condições de vida
As cidades em condições precárias geralmente enfrentam grandes dificuldades no acesso a serviços essenciais, como saúde e educação, que são fundamentais para o desenvolvimento social. A ausência de oportunidades de emprego formal e de renda adequada agrava ainda mais a situação. A falta de ações efetivas pode perpetuar um ciclo de pobreza e exclusão social que impacta gerações.
É fundamental que os governantes e a sociedade civil se unam para buscar soluções que visem melhorar a qualidade do desenvolvimento municipal, por meio de políticas públicas efetivas, incentivos ao emprego e iniciativas que promovam a educação e a saúde de qualidade.
Conclusão
A realidade apresentada pelo Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal serve como um alerta sobre as desigualdades gritantes nas diversas regiões do Brasil. O desenvolvimento urbano não é apenas um critério de avaliação, mas um reflexo das condições de vida dos cidadãos. Políticas públicas mais eficazes são essenciais para garantir que todos tenham acesso a uma vida digna e com oportunidades de crescimento.
Para mais informações sobre o contexto do desenvolvimento no Brasil, consulte a fonte original.