Brasil, 9 de setembro de 2025
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Alexandre de Moraes: herói para progressistas, vilão para bolsonaristas

O ministro do STF, Alexandre de Moraes, é visto de forma polarizada no Brasil, dividindo opiniões em meio a julgamentos importantes.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é um figura central na política brasileira atual, descrito pelo jornal britânico The Guardian como um juiz que “inspira amor e ódio”. Ele é o relator da ação penal que investiga a trama golpista, onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um dos réus, podendo ser condenado ainda esta semana. A dualidade de opiniões que cercam Moraes reflete as divisões políticas no país.

A polarização em torno de Moraes

Em uma reportagem recente, o Guardian afirma que a atuação de Moraes para responsabilizar Bolsonaro o transformou em um “herói para os progressistas” enquanto é visto como uma “figura odiada pelos devotos bolsonaristas”. Durante os últimos eventos, como as manifestações do 7 de setembro, a presença de Moraes foi sentida fortemente, com expressões de apoio e repúdio visíveis nas ruas.

O jornal também menciona as críticas do bilionário Elon Musk ao ministro como um exemplo do impacto e da influência que Moraes exerce, tanto para admiradores quanto para opositores. O contraste é nítido, evidenciando como a postura do ministro pode galvanizar ambos os lados do espectro político.

Trajetória de um controverso magistrado

O Guardian destaca a trajetória acadêmica e profissional de Moraes, que foi escolhido como ministro da Justiça no governo de Michel Temer em 2016 após se destacar em concursos e em casos de grande relevância. A reportagem menciona sua coragem ao enfrentar políticos poderosos, como Paulo Maluf, na década de 90, apesar de suas ligações com correntes políticas à direita.

Além disso, a atuação de Moraes nas eleições presidenciais de 2022 o rendeu reconhecimento mesmo entre a esquerda, alterando a percepção sobre seu papel na política. Amigos de sua juventude chegam a afirmar que ele sempre teve uma visão contrária ao que muitos dos jovens militantes esperam, evidenciada em uma declaração que destaca que “a última coisa que ele teria no quarto seria um pôster do Che (Guevara)”.

7 de setembro - Manifestação Bolsonarista em Brasília — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
7 de setembro – Manifestação Bolsonarista em Brasília — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

Um apoiador radical

Para ilustrar a polarização em torno de Moraes, o Guardian compartilha a história de Adauto Gomes Nascimento, um açougueiro de 37 anos que gastou R$ 3 mil para tatuar o rosto do ministro em sua perna. Nascimento defende a escolha, afirmando que Moraes “defende o Brasil” e é “uma pessoa poderosa que não tem medo, está sempre no ataque”.

A decisão de tatuar o rosto de um juiz da Suprema Corte é, sem dúvida, peculiar, mas o cenário político brasileiro excepcional ajuda a explicar tal escolha. A arte foi feita pelo tatuador Bruno Ferreira, conhecido por seu trabalho em realismo colorido, e é uma demonstração extrema da adulação que alguns setores da população sentem por Moraes, refletindo a importância do contexto em que se vive.

Ferreira expressou em suas redes sociais que seu papel é realizar os projetos de seus clientes, e apesar da polêmica em torno da homenagem a Moraes, ele continua a receber elogios pela qualidade de seu trabalho, ainda que alguns teçam críticas sobre a temática da tatuagem.

Tatuagem de Adauto Nascimento — Foto: Alessandro Falco/The Guardian
Tatuagem de Adauto Nascimento — Foto: Alessandro Falco/The Guardian

Conclusão

A figura de Alexandre de Moraes se revela cada vez mais central em um Brasil polarizado, onde seus atos e decisões reverberam profundamente na sociedade. Admirado por um grupo, constantemente atacado por outro, o ministro reflete as tensões políticas intensas do país, fazendo dele um símbolo de um período conturbado. A sua trajetória ilustra a complexidade do sistema judiciário brasileiro e como ele se entrelaça com as dinâmicas políticas atuais.

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