Em meio à efervescência do cenário pré-eleitoral, uma nova trajetória está prestes a se desenrolar. No coração da capital do Piauí, Teresina, emerge uma figura familiar, carregando consigo não apenas uma herança política, mas também a responsabilidade de um legado. Entre lembranças e histórias, começa a jornada de Bárbara do Firmino, filha do ex-prefeito da cidade, que ocupou o cargo por quatro mandatos.
A lembrança de Firmino Filho, um dos mais emblemáticos líderes da região, ainda paira sobre os corredores da política local. As imagens, os slogans e o carisma que deixou para trás ainda reverberam na memória dos teresinenses. Agora, é Bárbara quem se encontra à sombra desse legado, disposta a assumir o papel que seu pai uma vez ocupou.
Não é apenas uma questão de seguir passos previamente trilhados. É uma questão de se conectar com uma herança, ao mesmo tempo em que forja sua própria identidade. A transição de Bárbara do Firmino para o PSDB e a possibilidade de concorrer à prefeitura representam uma ponte entre passado e futuro, entre o legado de um pai e o promissor caminho de uma filha.
Na trilha do legado, Bárbara se prepara para filiação ao PSDB
A deputada estadual Bárbara do Firmino, anteriormente filiada ao Progressistas, surpreendeu a todos ao receber carta branca para seu ingresso no PSDB. A filha do ex-prefeito da capital por quatro mandatos, conhecido pela sua longa associação com o número 45 nas urnas, manifestou o interesse em disputar a eleição da Prefeitura de Teresina.
Entre a estrutura Progressitas e as memórias tucanas
Essa transição, à primeira vista, parece estranha. O Progressistas, afinal, detém uma estrutura maior que o PSDB em todas as esferas da política. Na última eleição municipal, em 2020, elegeu quatro vereadores e teve uma votação próxima ao do PSDB para a Câmara municipal, tendo ambos estado aliados no pleito.
Pesando as estruturas
Os números falam por si: na Assembleia Legislativa do Piauí (ALEPI), o Progressistas detém sete deputados estaduais e foi o terceiro partido mais votado no pleito daquele ano. No contraste, o PSDB não apresentou candidatos, uma vez que muitos dos tucanos migraram para o partido do senador Ciro Nogueira. Por que, então, Bárbara do Firmino arriscaria a solidez do Progressistas para adentrar um partido de menor representatividade?
Valor da identidade e do legado
A resposta pode residir na importância da identidade e do legado. Segundo fontes que tiveram acesso a dados de pesquisas, o número 45, utilizado por Firmino Filho, pai de Bárbara, em todas as disputas eleitorais em Teresina, é um elemento essencial para que os eleitores associem a candidatura de Bárbara ao legado de seu pai.
Firmino Filho, mesmo tendo se aproximado do Progressistas ao ponto de eleger sua esposa em 2018 pelo partido e filiar nomes de identidade partidária tucana como o também ex-prefeito Silvio Mendes, é sinônimo de PSDB para os eleitores de Teresina. Durante mais de duas décadas, o 45 e o nome Firmino estiveram entrelaçados nas urnas, em um período marcado por uma propaganda política que atingiu várias gerações de eleitores. Até os mais novos associam Firmino ao número 45.
A estratégia de Bárbara, do Firmino
Agora, como filha, candidata potencial e liberada pelo Progressistas, Bárbara pode, ao se filiar ao PSDB, utilizar essa imagem construída por seu pai e a forte associação com o número 45 em uma possível campanha eleitoral para a prefeitura.
A transição de Bárbara do Firmino para o PSDB, e sua possível candidatura à prefeitura, são passos significativos que indicam o desejo de dar continuidade ao legado político de seu pai em Teresina.
Além disso, essa mudança pode neutralizar os esforços dos adversários políticos que, nos últimos meses, atraíram lideranças apresentadas como “firministas” para o seu lado. Com essa decisão, Bárbara não apenas desperta lembranças, mas também instiga aqueles que estiveram durante anos ao lado do seu pai a se posicionarem, ou até, mudarem de posição.
Caso ela avance, não estar do lado da filha do Firmino no pleito de 2024 pode representar para o eleitorado que esses políticos abandonaram o próprio Firmino Filho.
O peso da expectativa
Essa transição, por mais estratégica que possa ser, traz consigo uma pressão inerente para Bárbara. Ao alinhar-se mais explicitamente ao legado político de seu pai, ela passa a carregar o peso das expectativas de um eleitorado que conheceu e apoiou Firmino Filho por mais de duas décadas. Agora, cada movimento de Bárbara será analisado não apenas por sua individualidade, mas também pelo espelho das ações e da trajetória de seu pai.
Além disso, a nova filiação de Bárbara intensifica a disputa política em Teresina. Ao trazer à tona a memória de seu pai, ela convida os eleitores a compararem o presente e o futuro com um passado politicamente próspero e estável. É uma jogada que pode mobilizar uma parcela significativa do eleitorado, mas também aumenta as expectativas em relação à sua capacidade de corresponder a esse legado.
Nesse sentido, a pressão sobre Bárbara não vem apenas do passado, mas também do futuro. Ao escolher o PSDB e o número 45, ela mostra um desejo de moldar seu próprio caminho político, mas este caminho estará inevitavelmente ligado à figura de seu pai. Para Bárbara, o desafio será equilibrar a preservação da memória de seu pai com a necessidade de forjar sua própria identidade política.
Assim, o passo que Bárbara do Firmino está prestes a dar não se trata apenas de uma escolha partidária, mas também de uma promessa de continuidade e de novos rumos. Uma promessa que vem com a grande expectativa e a necessidade de construir um futuro político.
PSDB marcou campanhas de Firmino Filho
Firmino Filho concorreu em todas as eleições por apenas um partido no qual esteve filiado a vida toda: o PSDB. A associação entre o número 45 da sigla e a imagem do ex-prefeito está consolidada na população teresinense. Se concorrer à prefeitura da capital pelo mesmo partido do pai, Bárbara do Firmino tem condições de associar as duas identidades com mais eficiência.