Giorgio Armani, considerado um dos maiores nomes da moda italiana e mundial, faleceu nesta quarta-feira (11) aos 91 anos, em sua residência em Milão, confirmou sua casa de moda. Reconhecido por transformar o conceito de elegância sutil em um império de bilhões de dólares, Armani deixou um legado que vai muito além das passarelas e vitrines.
Ascensão e impacto na moda internacional
Começando com um blazer sem forro, calças simples e uma paleta urbana, Armani colocou o estilo prêt-à-porter italiano no mapa global no final dos anos 1970. Sua silhueta relaxada, porém elegante, tornou-se um símbolo de moda acessível e sofisticada, conquistando Hollywood e Wall Street.
“Eu visto pessoas reais. Não há mérito algum em criar roupas e acessórios que não sejam práticos”, dizia Armani, cuja visão era de uma moda de fácil movimento e atenção aos detalhes.
Reconhecimento no cinema e na celebridade
O impacto de Armani na indústria do entretenimento foi imenso, com mais de 200 filmes incluindo figurinos assinados por ele. Sua ligação com Hollywood elevou seu status, tornando-o designer favorito de estrelas como Richard Gere, Jodie Foster, George Clooney e Brad Pitt. Gere, em particular, impulsionou sua carreira após o filme “American Gigolo”, de 1980, vestindo Armani nas telas e no tapete vermelho.
O império e diversificação
Ao falecer, Armani acumulava um patrimônio estimado em mais de R$ 50 bilhões, segundo a Forbes, envolvendo roupas, acessórios, perfumes, cosméticos, mobiliário e chocolates. Sua marca possuía mais de 600 lojas ao redor do mundo, além de operações em gastronomia e esportes, incluindo o time de basquete EA7 Emporio Armani Milano.
O estilista também mantinha bares, restaurantes e hotéis, como os de Dubai e Milão, todos refletindo seu estilo minimalista e sofisticado. Sua visão de que a moda deveria ser prática e elegante guiou toda a sua trajetória empresarial, sem jamais se vender ou fazer fusões.
Legado e trajetória pessoal
Nascido em Piacenza, em 1934, Armani inicialmente sonhava em ser médico, mas um trabalho como decorador de vitrines em Milão mudou sua vida. Em 1975, fundou sua própria marca ao lado do parceiro Sergio Galeotti, lançando sua primeira coleção masculina. O sucesso veio rapidamente com a jaqueta esportiva sem forro, a qual se tornou um ícone do estilo Armani.
Ao longo da carreira, Armani transformou o guarda-roupa de executivas e empresários, popularizando o “power suit” com ombros estruturados, além de suavizar suas peças com detalhes delicados e tecidos de luxo. Sua influência foi tamanha que a coleção de 2000 do Guggenheim, em Nova York, homenageou seus 25 anos de carreira.
Vida além da moda
Armani desfrutava de um estilo de vida tranquilo, com residências no campo, na ilha de Pantelleria e na Riviera Francesa. Seu envolvimento com causas sociais e humanitárias foi intenso, atuando como embaixador da ONU para refugiados e apoiando campanhas contra o AIDS.
Sem filhos, Armani dedicou parte de sua vida à sua sobrinha Roberta, que gerenciou relações públicas e ajudou a consolidar sua presença no universo das celebridades. Em 2006, ela organizou o casamento de Tom Cruise e Katie Holmes, com Armani desenhando os trajes dos noivos.
O legado que permanece
Giorgio Armani deixa um legado de elegância atemporal e inovação, com uma marca que continuará a influenciar o mundo da moda e além. Sua visão de uma moda prática, refinada e acessível permanece viva através de seu império e da inspiração que proporcionou a gerações de estilistas e consumidores.
Segundo fontes da casa de moda, o planejamento de sucessão inclui nomes como Leo Dell’Orco e Silvana Armani, garantindo que o espírito do estilista continue presente na marca que ele criou.