O governo de Donald Trump está em processo de revogação das restrições a chips de inteligência artificial (IA) que foram implementadas durante a administração de Joe Biden. Essa decisão visa revisar as limitações ao comércio de semicondutores, que geraram oposição de grandes empresas de tecnologia e insatisfações de governos de outros países.
Objetivos da revogação
A revogação das restrições ainda não foi formalizada, mas tem como intenção reestruturar uma política anterior que classifica países em categorias para regular a exportação de chips de empresas como a Nvidia. Fontes afirmam que a administração Trump não usará a chamada “regra de difusão de inteligência artificial” que entrará em vigor em 15 de maio, o que representa uma mudança significativa nas diretrizes atuais.
Impacto no mercado e nas relações internacionais
Enquanto a revogação está em discussão, Trump se prepara para uma viagem ao Oriente Médio, onde países como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos expressaram descontentamento com as restrições vigentes que dificultam a aquisição de chips de IA. Autoridades do governo Trump estão trabalhando em uma nova regra que reforçará o controle sobre as exportações de chips, mas que ainda manterá algumas limitações, especialmente para países que desviem produtos para a China, como Malásia e Tailândia.
Reação do setor de tecnologia
As ações de fabricantes de chips, como a Nvidia, subiram após a notícia da revogação. O CEO da Nvidia, Jensen Huang, é um crítico das restrições, argumentando que as empresas americanas deveriam ter liberdade para negociar com a China, que, segundo ele, se tornará um grande mercado de chips de IA nos próximos anos.
A revogação, se concretizada, seria vista como um alívio temporário para países como Índia e Malásia, que já enfrentavam limitações rigorosas antes da introdução da regra de Biden. Para países do Oriente Médio e do Sudeste Asiático que tiveram suas oportunidades de expansão limitadas, as novas diretrizes poderiam abrir possibilidade de negociações mais favoráveis com os EUA.
Desafios da nova normativa
Apesar da revogação representar uma simplificação regulatória, estabelecer acordos com uma variedade de países interessados em adquirir chips da Nvidia pode ser uma tarefa complexa e demorada. Negociações bilaterais, como as que estão sendo discutidas com os Emirados Árabes Unidos, também podem resultar em múltiplas políticas que as empresas precisarão seguir, aumentando a burocracia em algumas áreas.
Segundo a Bloomberg, a administração Trump já manifestou interesse em flexibilizar as restrições para os Emirados, e pode anunciar negociações durante a visita ao emirado, que acontece entre 13 e 16 de maio. Os Emirados Árabes Unidos, que prometeram investir até US$ 1,4 trilhão em tecnologia e infraestrutura nos EUA na próxima década, veem essa mudança como uma oportunidade de negociar acordos mais favoráveis.
A vigilância sobre a tecnologia chinesa
A política atual dos EUA, que visa impedir que a China obtenha acesso à tecnologia de chips de IA, ainda permanece em um foco importante. O Bureau de Indústria e Segurança do Departamento de Comércio dos EUA já enfatizou que a nova regra será mais simples, mas a vigilância em relação aos países que possam transferir tecnologia para Pequim continua a ser uma prioridade.
Conclusão
A proposta de revogação das restrições à exportação de chips de IA do governo Trump está moldando um novo cenário no comércio internacional de semicondutores. Com a intenção de desburocratizar as regulamentações e fortalecer as relações comerciais, particularmente no Oriente Médio, essa mudança poderá, ao mesmo tempo, trazer benefícios de mercado e desafios de segurança tecnológica. O desenrolar dessa situação será crucial para as empresas de tecnologia e os interesses geopolíticos dos Estados Unidos nos próximos meses.