O governo Lula está avaliando a inclusão de incentivos para a renovação da frota de caminhões no pacote de medidas visando a redução do preço do carro popular. A proposta está em discussão entre o Ministério da Fazenda e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), e já foi apresentada ao presidente Lula.
A estratégia é anunciar simultaneamente a redução de impostos para carros populares e o incentivo para a renovação de caminhões. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o programa voltado para a indústria automobilística passou por revisões, com a aprovação do presidente, e deve ser finalizado até a próxima segunda-feira (5).
Os objetivos da equipe econômica incluem clarificar os critérios para a redução de impostos em carros populares, com o intuito de fornecer maior previsibilidade em relação à renúncia fiscal a ser compensada. O governo anunciou recentemente benefícios fiscais para carros de até R$ 120 mil, baseados em critérios como eficiência energética, preço e conteúdo nacional. Contudo, ainda precisam ser detalhados os aspectos como a redução dos impostos, o impacto na arrecadação e como a medida será compensada para cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal e manter a meta de redução do déficit público deste ano.
Entenda a proposta de inventivo a renovação de frota de caminhões
A proposta de retirar da circulação caminhões com alta quilometragem e oferecer incentivos para a compra de novos veículos não é nova. No final do último ano, o governo Bolsonaro regulamentou o Programa de Aumento da Produtividade da Frota Rodoviária (Programa Renovar), visando incentivar a retirada voluntária de veículos que não atendiam aos parâmetros técnicos ou tinham mais de 30 anos de fabricação. Na época, foi informado que aproximadamente 26% dos caminhões em circulação no Brasil tinham mais de 30 anos de fabricação, somando 3,5 milhões de veículos.
Essa proposta traz potenciais vantagens e desafios. A modernização da frota de caminhões pode trazer benefícios ambientais e de segurança no trânsito, além de impulsionar a indústria automobilística e a economia. No entanto, é preciso considerar os custos para os caminhoneiros e transportadoras, bem como as implicações fiscais e financeiras para o governo.
A indústria automobilística está com expectativas positivas em relação a essa proposta, pois a renovação da frota de caminhões pode impulsionar as vendas de veículos comerciais e estimular a produção e empregos no setor. No entanto, é necessário um planejamento cuidadoso para garantir a viabilidade econômica e a sustentabilidade fiscal dessa medida.
Resta aguardar os detalhes finais do programa e acompanhar as repercussões econômicas e fiscais que essa medida poderá trazer para o país.