A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), uma força-tarefa dedicada a desvendar o complexo mosaico do 8 de janeiro, começa a analisar 467 requerimentos e processa cerca de 50 solicitações de quebra de sigilo. É o início de uma intrincada trama política que começa a ganhar vida com as manifestações de parlamentares da oposição e do governo durante o processo.
Personalidades do mais alto escalão do governo Bolsonaro estão sob investigação, sendo o nome do próprio ex-presidente mencionado de forma consistente durante os primeiros dias da CPMI.
Peculiaridades emergem à luz do escrutínio
O escrutínio incisivo recai sobre personalidades de destaque como Anderson Torres, Mauro Cid e Augusto Heleno, nomes fortemente atrelados ao governo Bolsonaro. Torres, outrora Ministro da Justiça e secretário de Segurança Pública do DF, encontra-se sob os holofotes após sua prisão por suposta cumplicidade com os golpistas.
Já Mauro Cid, ex-assistente de ordens de Bolsonaro, cuja quebra do sigilo revelou trocas de mensagens comprometedoras com aliados num mirabolante plano para barrar a posse de Lula e preservar Bolsonaro no poder. General Heleno, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, figura em inúmeros requerimentos após seus indicados serem flagrados colaborando com os invasores.
Bolsonaro é a peça central do tabuleiro
O deputado Rogério Correia (PT-MG) apresentou um requerimento de convite endereçado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, expondo uma série de alegações de que Bolsonaro teria trabalhado para subverter o processo eleitoral, em uma afronta à democracia brasileira.
A tática é convocar Flávio Dino na CPI do 8 de janeiro
Aliados de Bolsonaro no parlamento convocaram Flávio Dino, atual Ministro da Justiça no governo Lula, numa ação que sugere uma tentativa de redirecionar o foco da investigação. O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) até chegou a solicitar a quebra dos sigilos telefônico e telemático de Dino.
Horizonte da investigação
A CPMI agora amplia suas vistas para incidentes prévios à tentativa de golpe de 8 de janeiro. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão, sugeriu que a investigação adentre os atentados terroristas ocorridos antes da tentativa de golpe.
A CPMI se compromete a iluminar a série de eventos alarmantes do 8 de janeiro.