Neste último domingo (18/5), um grupo de compradores de imóveis do loteamento residencial associado ao cantor Leonardo protestou na cidade de Querência, em Mato Grosso. A manifestação ocorreu em resposta ao estado irregular do empreendimento, que está parado há mais de três anos e enfrenta um processo de reintegração de posse movido pelo proprietário anterior. O cantor Leonardo, no entanto, afirma não ter relação com os negócios.
Contexto do protesto
O caso foi trazido à tona pelo Metrópoles, que noticiou que, em 2021 e 2022, Leonardo esteve em Querência para o lançamento de empreendimentos imobiliários em parceria com a AGX Smart Life. A empresa é de propriedade do empresário Aguinaldo José Anacleto, que também enfrenta disputas judiciais relacionadas aos direitos dos imóveis. Os compradores alegam que o projeto, chamado Munique Smart Life, nunca foi concluído e que os imóveis adquiridos estão em situação de abandono.
Mobilização dos compradores
Os manifestantes, que se sentiram lesados pela situação, realizaram uma carreata pelas ruas de Querência, finalizando em frente aos estandes das empresas AGX e Talismã, ligadas ao cantor. Com cartazes e faixas, eles expressaram sua indignação e exigiram a entrega dos imóveis, reivindicando seus direitos: “Unidos por um bem maior. Queremos nossos direitos”.
A estrutura física das empresas permanece na cidade, mas está inativa. Desde o lançamento do empreendimento, Leonardo começou a ser identificado como um parceiro e até um “sócio” do negócio por Anacleto, que usou a imagem do cantor para promover a venda de lotes.
O que os compradores querem
Os compradores, em suas ações judiciais, buscam a rescisão dos contratos, a devolução dos valores pagos e, ainda, uma indenização por danos morais. Em declarações, a AGX alegou que o projeto do Munique Smart Life não se tratava da venda de lotes, mas sim de um modelo de captação de investidores mediante cotas dentro de uma Sociedade em Conta de Participação (SCP), segundo a legislação vigente.
Milagre da comunicação ou desvio de responsabilidades?
À época em que as first publicações foram feitas pelo Metrópoles, a AGX negou que Leonardo tivesse qualquer relação direta com a execução dos empreendimentos em Querência. Segundo a empresa, a associação com o cantor estava restrita ao uso da sua imagem em campanhas promocionais.
A assessoria de imprensa do cantor afirmou que Leonardo atuou apenas na função de garoto-propaganda da empresa AGX e que os advogados do artista estão lidando com a situação toda.
Expectativas futuras
Os manifestantes, que estão em busca de uma solução para o impasse, aguardam ansiosamente por uma resposta das autoridades judiciais e da própria empresa AGX. A situação levanta questões importantes sobre a proteção ao consumidor e a responsabilidade dos artistas na divulgação de empreendimentos cuja legalidade e regularidade possam estar em dúvida.
Querência é uma cidade situada a 765 quilômetros da capital do estado, Cuiabá. O protesto ocorrido foi um sinal claro de insatisfação em relação a um assunto que atinge diretamente a vida de muitos cidadãos, que depositaram suas esperanças e recursos financeiros em um sonho de adquirir sua casa própria.
Continuaremos acompanhando essa situação, esperando que as partes envolvidas possam chegar a um acordo que beneficie os compradores e que a justiça prevaleça neste caso.