Na última terça-feira, 14 de maio, durante a partida entre Fluminense e Unión Española, válida pela Copa Sul-Americana, um evento que deveria ser motivo de celebração e união entre torcedores se transformou em um triste episódio de racismo. O chileno Baltazar Martín Garcés López foi denunciado pelo GAEDEST (Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor) ao Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos por praticar atos racistas contra torcedores da equipe rival. O incidente ocorreu no Maracanã, que ficou marcado por este ato inaceitável em um espaço destinado ao esporte e à confraternização.
Denúncia e consequências
Segundo a denúncia apresentada pelo GAEDEST, Baltazar Garcés teria realizado gestos ofensivos, imitando um macaco e simulando o ato de descascar uma banana, além de lançá-la em direção aos torcedores do Fluminense. Essas ações não passaram despercebidas e resultaram em sua prisão imediata por seguranças do estádio. O ato de racismo é grave e, conforme evidenciado no artigo 20, § 2º-A, da Lei nº 7.716/1989, pode resultar em pena de prisão de dois a cinco anos.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) pediu a manutenção da prisão preventiva de Garcés e requer também que ele seja proibido de frequentar, por três anos, locais destinados a práticas esportivas. A medida visa não apenas a punição do ato em si, mas também a prevenção de futuros casos de discriminação dentro dos estádios, que deveriam ser locais de inclusão e respeito.
Campanha contra o racismo no futebol
Este episódio ocorre em um momento onde grandes instituições estão se mobilizando para combater o racismo e a xenofobia nos esportes. O jogo do Fluminense foi o primeiro da campanha “Estamos Vigilantes”, iniciativa lançada pelo MP-RJ para intensificar a prevenção e repressão de atos racistas durante as partidas da Copa Sul-Americana e da Libertadores realizadas no Rio de Janeiro. O objetivo da campanha é promover ambientes mais seguros e acolhedores para todos os torcedores.
Os promotores de Justiça do GAEDEST acompanharão os jogos nos estádios cariocas, com a responsabilidade de monitorar as arquibancadas e agir prontamente em casos de flagrante ou denúncias de discriminação. Essa ação é um passo importante para garantir que todos os torcedores, independentemente de sua origem, se sintam seguros e respeitados durante as partidas.
A importância da conscientização
É fundamental que a sociedade e os envolvidos no esporte entendam a gravidade de atos racistas e suas consequências. O futebol, como um dos esportes mais populares no Brasil e no mundo, deve ser um cenário que promova não apenas a competição, mas também valores de respeito e igualdade. A atuação das autoridades e a reação imediata a casos como o de Garcés mostram que ações discriminatórias não serão toleradas.
Curiosamente, a Copa Sul-Americana e a Libertadores sempre atraem grande atenção do público brasileiro e mundial. Esse espaço deve ser visto como uma oportunidade para educar sobre a importância do respeito e da inclusão. A luta contra o racismo no futebol é, portanto, uma responsabilidade compartilhada entre clubes, torcedores e autoridades.
Enfrentando o racismo no esporte
O caso de Baltazar Garcés serve como um alerta para a necessidade de um diálogo contínuo sobre o racismo no esporte. Precisamos unir forças para enfrentar e erradicar esse problema que perpassa não apenas os estádios, mas a sociedade como um todo. A responsabilidade de construir um ambiente mais inclusivo e respeitoso é de todos nós: clubes, atletas, torcedores e instituições.
Esperamos que episódios como esse sirvam de aprendizado e motivem ações concretas e efetivas para que o futebol e outros esportes sejam, de fato, um espaço onde todos possam se reunir e celebrar a paixão pelo esporte, livre de qualquer forma de discriminação.
Para mais informações sobre este caso e a campanha “Estamos Vigilantes”, acesse o site do O Globo.