No dia 15 de maio, a Operação do Ministério Público do Rio de Janeiro resultou na apreensão de novos desdobramentos sobre a atuação de um grupo de extermínio composto por policiais militares, conhecidos como membros do ‘novo escritório do crime’. Entre os alvos da operação, destaca-se Bruno Marques da Silva, conhecido como “Bruno Estilo”, que explicitou seu envolvimento em crimes violentos através de conversas interceptadas, revelando o modus operandi do grupo atrelado a uma organização criminosa.
A revelação dos diálogos comprometendo os suspeitos
As investigações apontam que Bruno Estilo já se encontrava preso, mas os diálogos gravados pelo Ministério Público revelam sua intenção de enriquecer por meio de atividades ilícitas. “Não tô vivendo mais não. (…) A meta é ficar milionário!” afirmou em um dos áudios, refletindo uma mentalidade perversa que permeia o submundo do crime. De acordo com as autoridades, o “novo escritório do crime” estaria envolvido em pelo menos duas execuções no ano de 2021, além de atividades de sequestro e venda ilegal de armas.
Uma prática criminosa em evolução
O grupo, que se assemelha ao antigo escritório de crime dirigido por Adriano da Nóbrega, é liderado por Thiago Andrade Silva, conhecido como “Batata”. Mesmo preso, ele continuava a comandar as atividades do grupo. As investigações revelaram que Thiago estava em contato constante com membros do grupo, dando ordens e supervisionando execuções e sequestros. “Viu o maluco que a gente pegou ontem? Viu? Lá em Realengo” disse Bruno em um dos áudios, citando orgulhosamente uma execução recente. Os PMs que atuavam no grupo não apenas cometiam homicídios, mas também revendiam armas e munições apreendidas em operações da polícia.
Os principais envolvidos da operação
Entre os policiais denunciados estão:
- Thiago Soares Andrade Silva, vulgo “Batata”, já preso;
- Bruno Marques da Silva, vulgo “Bruno Estilo”, já preso;
- Alessander Ribeiro Estrella Rosa, vulgo “Tenente Alessander”, foragido;
- Diogo Briggs Climaco das Chagas, vulgo “Briggs”, foragido;
- André Costa Bastos, vulgo “Boto”, já preso;
- Rodrigo de Oliveira Andrade de Souza, vulgo “Rodriguinho”, já preso;
- Anderson de Oliveira Reis Viana, vulgo “Papa”, foragido;
- Diony Lancaster Fernandes do Nascimento, vulgo “Diony”, já preso;
- Vitor Francisco da Silva, vulgo “Vitinho Fubá”, foragido.
As acusações variam de organização criminosa armada a sequestro e comércio ilegal de armas.
A resposta da PM e do governo do Rio
Reagindo às acusações, a assessoria da Polícia Militar declarou que deu total apoio à operação e que um dos policiais procurados já se encontrava preso. Além disso, o governo do Rio justificou homenagens a alguns dos envolvidos, alegando que estas eram baseadas em critérios técnicos e resultados operacionais. Entretanto, a lembrança dos crimes cometidos por esses homens continua a identificar a fragilidade da segurança pública no estado.
Reflexões sobre a violência policial no Brasil
O “escritório do crime” original, que serviu de inspiração para este novo grupo, traz à tona questões profundas sobre corrupção e conivência dentro das forças de segurança no Brasil. O uso de técnicas de execução aprendidas pelos policiais durante seu treinamento oficial para perpetuar o crime demonstra uma grave deterioração da ética e da moral entre aqueles que têm a responsabilidade de proteger o cidadão.
Embora a operação de 15 de maio represente um passo em direção à responsabilização desses indivíduos, o desafio continua. A luta contra a corrupção e a violência sistemática exige não apenas ações imediatas, mas também um compromisso a longo prazo para reformar o sistema de segurança pública do país, restaurando a confiança da população nas instituições que deveriam protegê-las.
As investigações ainda estão em andamento, e espera-se que mais informações venham à tona nos próximos dias, conforme o MP e a polícia buscam eliminar essa rede de violência e crime organizada. A sociedade brasileira clama por justiça e por um sistema de segurança pública que realmente proteja todos os cidadãos, independentemente de sua origem ou situação financeira.