Brasil, 19 de dezembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Atraso no acordo Mercosul e UE pode facilitar assinatura, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (18) que um eventual atraso na assinatura do acordo entre o Mercosul e a União Europeia pode viabilizar a conclusão do tratado. Segundo ele, é necessário mais tempo para esclarecer os agricultores europeus de que eles não serão prejudicados pelo pacto.

Razões para o adiamento do acordo Mercosul–UE

Antes da comunicação oficial da Comissão Europeia, Haddad destacou que não há prejuízo para agricultores italianos e franceses, uma vez que o texto negociado contempla salvaguardas específicas. “Vale a pena insistir um pouco mais nessa minha percepção”, afirmou o ministro em café com jornalistas, ressaltando que o atraso pode ser útil para esclarecer questões de ordem política e sensibilidades internas.

A formalização do acordo, inicialmente prevista para este sábado (20) durante a cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu (PR), foi adiada para janeiro. Países europeus, especialmente França e Itália, vêm resistindo ao pacto sob pressão de agricultores contrários ao tratado.

Contexto político e geopolítica do acordo

Haddad reforçou que o acordo transcende aspectos comerciais, possuindo uma forte relevância geopolítica. “O que está em jogo é um acordo de natureza política, com um sinal claro para o mundo de que não podemos voltar a um ambiente de tensão entre blocos fechados”, afirmou.

O ministro enviou uma mensagem ao presidente francês Emmanuel Macron, destacando que o pacto representa uma oportunidade de fortalecimento da relação internacional, além de ser um avanço no diálogo entre os blocos econômicos.

Posição do Brasil e apoio de Lula

Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. Segundo Lula, ela não é contrária ao acordo, mas enfrenta dificuldades políticas internas e solicitou até um mês para convencer os agricultores do país a apoiar a assinatura.

“Ela pediu paciência de uma semana, dez dias, no máximo um mês”, afirmou Lula. A postura da Itália ocorre em meio à articulação da França e de outros países europeus, que vêm apoiando o adiamento do pacto.

Impacto econômico e potencial do acordo

O tratado, negociado há mais de duas décadas, preveia criar uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, englobando cerca de 722 milhões de consumidores e um Produto Interno Bruto de aproximadamente US$ 22 trilhões, destacando sua importância estratégica.

Especialistas avaliam que o atraso na assinatura é temporário, e que o acordo ainda possui potencial de impulsionar o comércio e o desenvolvimento econômico da região.

Perspectivas futuras e próximos passos

A Comissão Europeia comunicou que a formalização do tratado foi adiada para janeiro, após resistência de alguns países. O governo brasileiro e os demais membros do Mercosul continuam buscando alinhar posições para avançar no processo de assinatura, que poderá ocorrer após esclarecimentos adicionais às partes envolvidas.

Mais detalhes sobre o andamento do acordo podem ser acompanhados no link oficial da Agência Brasil.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes