A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o Brasil está disposto a liderar pelo exemplo na transição energética, após o presidente Lula estabelecer um prazo de 60 dias para definir as diretrizes do “mapa do caminho” para a saída dos combustíveis fósseis. Segundo ela, o país já possui um arcabouço legal e programas estruturados que caminham nessa direção, como o Plano Clima e a Política Nacional de Transição Energética.
Compromisso do Brasil e avanços atuais
Durante entrevista ao blog do Globo, Marina destacou que o compromisso de zerar o desmatamento até 2030 já demonstra o esforço do Brasil na agenda ambiental. “O país já aderiu a essa postura, com resultados evidentes e planos em execução”, afirmou. Ela lembrou que, ao contrário de 2003, quando começaram as discussões sobre o combate ao desmatamento, hoje há uma estrutura legal consolidada que apoia o avanço rumo à economia sustentável.
Implementação do “mapa do caminho” para o carbono zero
Ela explicou que o despacho presidencial mostra uma articulação entre várias pastas — Meio Ambiente, Fazenda, Minas e Energia e Casa Civil — para garantir uma abordagem transversal. Além disso, a ministra ressaltou que o processo envolverá sociedade civil, comunidade científica e troca de informações internacionais. Países como Noruega e Brasil já iniciaram a elaboração dos seus respectivos mapas de saída dos combustíveis fósseis, colocando-se na vanguarda dessa transição global.
Perspectivas globais e oportunidades econômicas
Segundo Marina, o “mapa do caminho” não deve ser visto como uma restrição, mas como uma oportunidade de ampliar o desenvolvimento econômico, social e tecnológico. Ela cita a China como exemplo de sucesso na energias limpa, que investiu fortemente após o Acordo de Paris de 2015. “Hoje, a China é líder mundial na produção de painéis fotovoltaicos, baterias e veículos elétricos”, destacou. Além disso, ela reforçou que esse tipo de estratégia potencializa a sustentabilidade e estimula o crescimento de setores inovadores.
Desafios e protagonismo internacional
Marina também comentou sobre o risco de retrocesso no acordo Mercosul-UE, caso vetos na legislação ambiental sejam derrubados. Ela reafirmou que o Brasil busca uma solução negociada para a inclusão das diretrizes globais, mas ressaltou que o país precisa adaptar suas metas às realidades regionais e nacionais, como ocorreria com as NDCs negociadas na COP 30, em Belém. “Precisamos de ações que sejam compatíveis com nossa realidade, sem perder de vista o compromisso internacional”, concluiu.
O anúncio do apoio de 85 países ao “mapa do caminho” demonstra a importância do Brasil nesse cenário global de enfrentamento às mudanças climáticas. Marina Silva destacou que, além do ambiental, o tema tem forte impacto econômico e social, abrindo novas possibilidades de desenvolvimento sustentável.
Para mais detalhes sobre as ações do Brasil na agenda ambiental, acesse o perfil de Marina Silva e as entrevistas completas no Globo.

