A recente prisão de Rodrigo Bacellar, presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), repercute fortemente na cena política do estado. Bacellar, que estava no centro das atenções, foi acusado de vazar informações sobre uma operação que resultou na prisão do deputado estadual TH Joias (MDB) e, com isso, deixou um vácuo que pode ser preenchido por novos nomes na disputa eleitoral de 2026. A situação evidencia um espaço para candidatos considerados “outsiders”, como Italo Marsili, Rafael Luz e Rodrigo Pimentel, que se destacam pela comunicação ativa nas redes sociais e um discurso centrado no combate ao crime.
O impacto da prisão de Bacellar na política carioca
A prisão de Bacellar, ocorrida na quarta-feira, tem um impacto significativo na configuração política do Rio. Com sua queda, surgem novas oportunidades para candidatos que fogem do tradicional cenário político, até então dominado por figuras associadas ao Centrão. Marsili, por exemplo, conhecido como “Marçal fluminense”, ganha destaque devido à sua presença digital robusta, com mais de 2,3 milhões de seguidores, e ao seu discurso focado na capacitação profissional e segurança pública.
Apontado como uma nova aposta, Marsili já foi cotado por partidos como o Novo e, mais recentemente, teve conversas com siglas como os Republicanos e PSD. No entanto, as pesquisas mostram que ele ainda está distante de candidatos estabelecidos, com apenas 2% das intenções de voto, enquanto o atual prefeito Eduardo Paes lidera com 35% e Bacellar, apesar de suas complicações legais, ainda tem 9% das intenções.
Novos candidatos emergem na disputa eleitoral
Além de Marsili, o bombeiro militar Rafael Luz, que também se posiciona como um forte candidato fora do mainstream político, já foi anunciado como pré-candidato pela sigla Missão, que tem raízes no Movimento Brasil Livre (MBL). Com um foco claro na segurança pública e no combate ao crime organizado, Luz se posiciona como uma alternativa sólida que pode captar o eleitor que busca por representatividade coerente com suas preocupações. Ele destaca a necessidade de um discurso que não apenas represente a direita, mas que também traga soluções práticas para problemas enfrentados no cotidiano da população.
Por sua vez, Rodrigo Pimentel, ex-capitão do Bope, também está sendo considerado como um potencial candidato. Ele relatou estar em contato com líderes partidários, mas ainda não decidiu se irá se lançar oficialmente na disputa. Sua imagem de ex-militar e especialista em segurança pública pode ressoar bem entre o eleitorado que prioriza a segurança e um governo mais rigoroso no combate ao crime.
Desafios e oportunidades no cenário eleitoral de 2026
O ex-governador Wilson Witzel, que enfrentou um impeachment em 2021, também tenta se reposicionar. Ele está buscando alianças com partidos que têm representação na atual base do governador Cláudio Castro (PL). Apesar de seu histórico recente, Witzel acredita que sua experiência na gestão da segurança será um fatores relevantes para atrair eleitores, especialmente em um ambiente onde a discussão sobre o combate ao crime será central.
Com a prisão de Bacellar e a ascensão de novos personagens políticos, o tabuleiro da política carioca está em plena mudança. A insatisfação com os políticos tradicionais e a busca por alternativas que apresentem um discurso mais alinhado com a realidade do eleitorado podem resultar em um cenário eleitoral bastante dinâmico em 2026.
Rafael Luz afirma: “Hoje o campo da direita está muito aberto aqui no Rio. Esse é o momento certo para um verdadeiro representante de direita se destacar”. E essa afirmação encapsula um dos aspectos mais intrigantes deste novo ciclo político que se desenha: a possibilidade de que novos nomes possam formatar a política no Rio de Janeiro de uma maneira que até então parecia inimaginável.
Enquanto isso, os antigos protagonistas, como Eduardo Paes e figuras tradicionais, já começam a sinalizar novas estratégias para se adaptarem ao novo contexto. A disputa pelo Palácio Guanabara promete ser um embate interessante entre a velha e a nova política na capital fluminense.



