A Conferência Episcopal de Porto Rico manifestou sua oposição à militarização realizada pelos Estados Unidos na ilha, território não incorporado, e na região do Caribe, advertindo sobre possíveis escaladas de guerra contra a Venezuela. A declaração destaca a importância do diálogo frente às tensões militares e denuncia os efeitos adversos da militarização na atividade pesqueira e na liberdade de navegação.
Posição dos bispos frente ao aumento militar dos EUA
O documento dos bispos porto-ricos ressalta as chamadas por paz feitas pelos papas Leo XIV, Francisco e São João XXIII, além de denunciar os impactos negativos da presença militar, como a restrição do espaço aéreo e marítimo, além de manobras militares nas cidades da ilha. Atualmente, a administração Trump enviou cerca de 15 mil tropas para a região do Caribe, sendo 5 mil em Porto Rico, além de chegada de diversas embarcações e ações como o naufrágio de barcos suspeitos de tráfico de drogas, que resultaram na morte de mais de 80 pessoas.
Intenções políticas e risco de conflito
Segundo informações da CNN, a principal meta dos EUA é derrubar o presidente venezuelano Nicolás Maduro, acusado de liderar o máfia do Cartel de los Soles, considerado por Washington como uma organização terrorista. Em recente declaração, Trump afirmou ter mantido uma ligação com Maduro, embora sem detalhes adicionais. Os bispos destacaram que o diálogo e a diplomacia devem prevalecer sobre o conflito, alertando que a guerra nunca é solução, pois traz morte e destruição aos países envolvidos.
Reações e preocupações internacionais
Na nota, os bispos expressaram preocupação com as possíveis reações de aliados de Maduro, como Rússia, China e Irã, caso haja uma escalada belicista na região. Além disso, manifestaram solidariedade aos bispos venezuelanos e ao povo venezuelano, que enfrenta uma crise prolongada marcada por divisão e instabilidade política. Eles reforçam o apelo à oração pela paz em toda a região e pelo mundo.
Posição do governo de Porto Rico
A governadora de Porto Rico, Jenniffer González, apoiadora do Partido Republicano, manifestou apoio às ações dos Estados Unidos contra Maduro, na tentativa de combater o tráfico de drogas. Em entrevista à agência EFE, ela alegou que a presença militar norte-americana proporciona segurança à ilha, além de afirmar que a maior parte da atividade criminosa é resultado de ações de Venezuela e Colômbia. González considerou Maduro um “narco-dictador” e afirmou que a maioria dos porto-riquenhos apóiam a presença militar dos Estados Unidos no território.
Perspectivas futuras e apelo à oração
Os bispos concluíram seu documento reforçando o compromisso com a paz e pedindo que toda a sociedade se una em oração para evitar que o conflito escale ainda mais, ressaltando a solidariedade com o povo venezuelano e os países vizinhos ameaçados por uma possível guerra. Eles ressaltaram que, apesar das tensões, a esperança deve prevalecer diante dos perigos de uma escalada militar na região.
Para mais informações, acesse a reportagem original publicada pela ACI Prensa.


