O PIB do terceiro trimestre, que será divulgado na próxima quinta-feira, 4 de dezembro, deve confirmar uma perda de força na economia brasileira em 2025, embora continue apresentando resultados positivos. As principais instituições financeiras projetam uma expansão fraca, porém ainda no campo positivo, impulsionada por um mercado de trabalho resiliente e por um ambiente de política monetária ainda rígida, com juros em torno de 15%.
Expectativas econômicas para o terceiro trimestre
Segundo economistas, o crescimento do PIB deverá ficar na faixa de 0,1% a 0,2% em relação ao segundo trimestre. A margem central das projeções aponta para um aumento de 0,2%, com bancos como Santander, Itaú e Macro 4 Intelligence prevendo variações próximas a este valor. O Bradesco estima um crescimento de 0,3%, enquanto André Galhardo, da análise econômica, aposta em um resultado mais modesto, de 0,1%. Na comparação anual, a expectativa de crescimento gira em torno de 1,7%.
Sinais de desaceleração e continuidade da recuperação
Apesar dos números positivos, especialistas observam uma “desaceleração clara” na economia. Desde o início do ano, o PIB soma 17 resultados positivos no trimestre e 19 na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo a Macro 4 Intelligence. Contudo, o desempenho mais fraco ocorreu entre julho e setembro, com avanço estimado entre 0,1% e 0,2%, o mais baixo do ano.
Situação dos setores econômicos
Na oferta, o setor industrial ganhou 1,6% na comparação anual, acima dos 1,1% do trimestre anterior, de acordo com o Itaú. Já o setor de serviços, que tem sustentado a recuperação, deve mostrar um crescimento de 1,5% a/a, menor que os 2,0% do segundo trimestre. Na agropecuária, a previsão é de desaceleração de 10,1% para 6%, refletindo um desempenho mais moderado após um primeiro semestre excepcional.
Demanda e mercado de trabalho
A demanda deve mostrar sinais de fraqueza, com consumo das famílias crescendo cerca de 1,2%, aquém dos 1,8% registrados entre abril e junho. Os investimentos, que avançaram 4% no segundo trimestre, devem aumentar apenas 2% a/a no período de julho a setembro. Ainda assim, o mercado de trabalho continua resistente, com a taxa de desemprego caindo para 5,4%, atingindo o menor nível na série histórica iniciada em 2012, o que ajuda a sustentar a demanda por bens e serviços.
Perspectivas de continuidade da resiliência
Apesar da desaceleração, a economia brasileira mantém uma sequência de resultados positivos, reforçada pela resiliência do mercado de trabalho e por indicadores que indicam uma recuperação mais moderada, mas contínua. A divulgação do PIB na próxima semana será um importante termômetro para avaliar o ritmo de crescimento no restante do ano e possíveis impactos na política monetária.
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