O Partido Novo, que enfrenta uma significativa redução em sua bancada, está apostando na migração de representantes insatisfeitos do PL para melhorar seu desempenho nas eleições de 2026. O movimento é uma resposta à diminuição do número de representantes nas últimas eleições, onde a sigla viu sua bancada na Câmara descer de oito para três deputados entre 2018 e 2022. Com a expectativa de fortalecer sua posição, o Novo foca especialmente em atrair políticos insatisfeitos nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.
Dissidências no PL em foco
Recentemente, o partido Novo tem se mostrado bastante interessado em filiar a deputada Caroline de Toni, que está em conflito com a direção do PL em Santa Catarina. A insatisfação de Caroline está atrelada à decisão do vereador Carlos Bolsonaro, que optou por disputar uma vaga no Senado pelo mesmo estado, levando a parlamentar a sentir-se “obrigada” a buscar novos ares fora do PL, especialmente por falta de espaço na chapa majoritária que está sendo montada.
Essa dinâmica de descontentamento não é nova dentro do Partido Liberal; já em abril, o deputado e ex-atleta olímpico Luiz Lima fez a transição para o Partido Novo, afirmando ter encontrado coerência e alinhamento com a oposição ao governo atual. “Na época, conversei com o presidente Jair Bolsonaro e continuo muito grato a ele por ter me elegido deputado em 2022, mas agora estou satisfeito em estar no Novo por conta da coerência que o partido mantém como oposição ao governo Lula”, relatou Lima, que pretende se candidatar à reeleição.
Impacto das negociações para o Partido Novo
Além de Caroline de Toni e Luiz Lima, o deputado Ricardo Salles também retornou ao Novo após uma breve passagem pelo PL, motivado por sua insatisfação com o partido anterior, especialmente depois de não ter sido escolhido para disputar a prefeitura de São Paulo em 2024. Salles anunciou sua intenção de concorrer ao Senado em 2026 e considera também uma candidatura ao Governo de São Paulo, dependendo dos movimentos da atual administração liderada por Tarcísio de Freitas.
O Novo, que perdeu acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda na TV devido à cláusula de barreira que não foi atingida, tem uma meta ambiciosa para 2026. A sigla precisa eleger ao menos 13 deputados federais ou conseguir 2,5% dos votos válidos para garantir sua relevância nas próximas eleições.
Concorrência política e mudanças no cenário
Por outro lado, o partido Missão, que obteve recentemente o aval do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para se formalizar, está tentando se distanciar de figuras próximas ao bolsonarismo. O presidente do Missão, Renan Santos, deixou claro que o partido não quer políticos que desejam expressar sua afinidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro dentro de sua sigla. “Essas pessoas querem expressar o bolsonarismo delas em outra legenda, e elas não vão poder fazer isso no nosso partido. Somos nem Lula, nem Bolsonaro”, afirmou Santos, ressaltando a necessidade de um novo projeto no campo da direita.
O Missão também planeja reforçar suas fileiras com a filiação de integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL), visando consolidar sua presença política, dada a ameaça de não conseguir ultrapassar a cláusula de barreira.
Assim, o cenário político brasileiro continua em transformação, com diferentes partidos buscando se fortalecer através de troca de filiações e novas estratégias. O Partido Novo aposta em dissidências do PL como um caminho para reverter sua perda de relevância nas eleições, enquanto o Missão se posiciona como uma alternativa sem a sombra do bolsonarismo.
Com as eleições se aproximando, a movimentação das siglas políticas promete trazer novos desafios e oportunidades no cenário eleitoral brasileiro.



