Recentemente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) manifestou sua insatisfação com a aproximação do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), com o PL, partido liderado por seu pai, Jair Bolsonaro. O descontentamento de Flávio surge em um momento em que Paes, aliado do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o PL demonstram movimentações para as eleições de 2026, criando um cenário político conturbado.
O dilema político de Paes
A aliança proposta por Paes ao PL foi apresentada durante um evento de filiação do deputado federal Luciano Vieira ao PSDB, onde o prefeito comentou que é preciso unir forças “por amor ao estado do Rio de Janeiro”. Essa frase, embora tenha sido destinada a amenizar as tensões, não convenceu Flávio Bolsonaro, que questionou como seria possível apoiar tanto Lula quanto Bolsonaro, dois rivais políticos em direções opostas.
Críticas de Flávio Bolsonaro
Flávio Bolsonaro usou suas redes sociais para expressar sua crítica à aliança, afirmando: “Não fui consultado e acredito que o eleitor de direita no Rio, o mais importante para uma decisão dessa, também não foi. Alguém me explica como dá pra ser palanque de Bolsonaro e Luiz ao mesmo tempo?” A indignação do senador foi ainda mais enfática ao trazer à tona questões como o combate ao tráfico de drogas e a posição sobre o aborto, destacando a incoerência que vê na posição de Paes.
A movimentação do PL para a eleição de 2026
Enquanto isso, o PL no Rio de Janeiro se vê em uma situação delicada, já que está concentrado em movimentações para as eleições do Senado em vez da disputa pelo governo. A lacuna na liderança se agrava com a perda de força do presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar (União), que não conseguiu firmar-se como um candidato forte para a direita nas próximas eleições.
As relações entre Paes e Castro
A relação entre Eduardo Paes e o governador Cláudio Castro (PL) também tem evoluído. Antes em pé de guerra, os dois políticos começaram a se encontrar com mais frequência em eventos oficiais, alimentando rumores de um “pacto de não agressão” que poderia beneficiar ambos. Contudo, Paes condicionou esse pacto à permanência de Castro no governo até o fim de seu mandato sem disputar o Senado.
Reação da esquerda e possíveis implicações
Por outro lado, a postura de Paes de se aproximar da direita gera desconforto entre seus apoiadores da esquerda, incluindo os partidos PT, PSB e PDT. Apesar do apoio garantido, há alas nessas siglas que se sentem incomodadas com os gestos do prefeito, o que pode levar a acirradas discussões internas já no próximo ano. O futuro político de Paes dependerá, em grande parte, de como ele gerenciará esses relacionamentos, especialmente em um cenário tão polarizado.
À medida que o debate político se intensifica, a situação de Eduardo Paes exemplifica os desafios enfrentados por políticos em tempos de mudanças rápidas e polarização extrema. A aliança com o PL pode ser vista como uma estratégia pragmática para consolidar apoio, mas, ao mesmo tempo, arrisca alienar setores importantes de sua base eleitoral.
Assim, as próximas movimentações políticas no Rio de Janeiro podem não apenas marcar o futuro de Paes, mas também impactar o cenário eleitoral como um todo, refletindo as tensões entre esquerda e direita em um país cada vez mais dividido.



