O bispo Mark Seitz, de El Paso, Texas, afirmou que a imigração é uma “questão de Evangelho” antes de ser uma “questão política” nos Estados Unidos. Em entrevista exclusiva à EWTN News, ele destacou que a Igreja tem o dever de reafirmar o ensino social católico sobre a opção preferencial pelos pobres.
Reflexão sobre a missão da Igreja e os direitos dos imigrantes
Seitz afirmou que é papel do bispo “falar o Evangelho, refletir sobre ele e suas implicações para a vida diária”. Segundo ele, a Igreja deve formar as pessoas com base na mensagem de amor, misericórdia e compaixão, principalmente para os pobres e vulneráveis, incluindo os imigrantes. “Temos uma responsabilidade de ajudar a formar consciências e promover os princípios que fundamentaram a construção de nosso país”, declarou.
Direitos humanos e legislação
O bispo destacou que os direitos “inalienáveis” concedidos por Deus a todos as pessoas devem ser respeitados não apenas pela Igreja, mas também na legislação. “Enquanto não somos políticos, nossa tarefa é ajudar na formação de consciências e lutar pelos princípios que sustentam nossa sociedade”, afirmou.
Crise no respeito às leis de asilo nos EUA
Seitz lamentou que, atualmente, a lei de asilo nos Estados Unidos não esteja sendo respeitada, especialmente na fronteira com o México, onde muitas famílias migrantes, que vivem na Diocese de El Paso, deixaram de se sentir protegidas e temem deportação. “Devemos praticar o respeito à dignidade humana por aqueles que fogem de situações desesperadoras”, ressaltou.
Justiça para quem busca proteção
Segundo o bispo, é injusto negar asilo ou proteção a pessoas que procuram refúgio devido à violência de gangues criminosas, muitas vezes apoiadas pelo consumo de drogas no próprio país. Seitz enfatizou a ligação entre o problema do narcotráfico nos EUA e a crise migratória na fronteira.
Encontro do papa com lideranças migrantes
Recentemente, Papa Leo XIV visitou a Diocese de El Paso e se reuniu em uma audiência privada com Seitz, o bispo auxiliar Anthony Celino e Dylan Corbett, do Hope Border Institute. Na ocasião, o pontífice recebeu vídeos e letras manuscritas de famílias migrantes, que expressaram sua fé e medos quanto ao futuro.
“Disse ao Papa: ‘Estamos felizes em estar ao seu lado’”, relatou Seitz, ao recordar o encontro. “Ele respondeu que a Igreja deve falar contra as injustiças, e que, nesse aspecto, está ao nosso lado.”
Desafios e esperança para os migrantes
Seitz destacou que a postura do Papa reforça a importância de a Igreja atuar em defesa dos direitos dos migrantes. “Ajudar essas famílias, muitas de elas ameaçadas por criminosos, é uma questão de justiça e de amor ao próximo”, concluiu.
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