Mark Zuckerberg anunciou nesta semana o Vibes, um novo tipo de feed na plataforma Meta AI, que exibe principalmente vídeos criados por inteligência artificial. A iniciativa marca a tentativa da empresa de reforçar sua presença no campo da IA, com foco na geração de conteúdo sintético e criativo, usando comandos em texto conhecidos como “prompt”.
O que é o Vibes e como funciona o novo feed de IA
O Vibes oferece sugestões de vídeos feitos por outras pessoas, com possibilidade de ver o roteiro usado na criação, além de recursos de likes, comentários e edição dos próprios vídeos. A plataforma permite também modificar elementos visuais ou estilos de vídeos existentes, que podem ser compartilhados tanto na Meta quanto em outras redes sociais.
Toda a experiência ocorre dentro do Meta AI, semelhante ao ChatGPT, onde o usuário escreve comandos para gerar vídeos. Segundo a Meta, o recurso já está disponível de forma gradual no Brasil, ampliando a estratégia da gigante de tecnologia de integrar IA às suas principais plataformas, como Instagram e WhatsApp.
O que significa essa aposta da Meta na inteligência artificial
Para especialistas, o Vibes reflete uma estratégia maior da Meta de recuperar sua posição no setor de IA, envolvendo bilhões de dólares investidos em infraestrutura, centros de dados, engenheiros de elite e no desenvolvimento de modelos como o Llama. A empresa prevê gastar até US$ 72 bilhões este ano na área da inteligência artificial.
Por trás do lançamento do Vibes, há o esforço de a Meta avançar na criação de vídeos multimodais — que combinam imagens, som e texto —, com uma concorrência crescente de empresas como Google, OpenAI, Pika, Runway e Synthesia. Essas ferramentas também facilitam a produção de conteúdo compartilhável, atraindo usuários na própria lógica das redes sociais.
O que pensar sobre um feed só de IA?
Apesar do entusiasmo, a reação inicial foi de ceticismo, com vários apontando que “ninguém pediu por isso”. Historicamente, a Meta já tentou lançar várias novas redes sociais, como o Lasso e a própria criptomoeda Libra, que fracassaram. Especialistas avaliam que o Vibes deve servir mais como ferramenta de suporte ao uso do Meta AI e ao aprimoramento de seus sistemas, ao invés de uma nova rede social em si.
O foco parece estar na ampliação de recursos dentro de produtos existentes, como o Instagram e o WhatsApp, ao invés de criar uma plataforma completamente nova voltada só para vídeos de IA, o que evita a dispersão de usuários e recursos.
Aplicações práticas e como acessar o Vibes
Mark Zuckerberg destacou exemplos inusitados de vídeos, como um gato confeiteiro ou uma princesa egípcia posando para selfie, como demonstrações do potencial do Vibes. Para quem já utilizou IA na geração de imagens ou vídeos, esse feed pode oferecer referências valiosas de comandos e estilos, facilitando a criatividade e a experimentação.
Para acessar o Vibes, o usuário deve abrir o app Meta AI no Android ou iPhone, ou usar o site meta.ai e fazer login com conta do Instagram ou Facebook. É possível criar vídeos por comando textual, remixar vídeos existentes ajustando elementos e compartilhar os resultados nas redes vinculadas ou manualmente em outras plataformas.
O cenário futuro das redes sociais e a inteligência artificial
A expansão de conteúdo gerado por IA impacta toda a internet: estudos indicam que um em cada dez canais no YouTube que mais crescem já exibem apenas vídeos produzidos por IA. Especialistas alertam que essa tendência deve se consolidar, levando a um aumento na quantidade de conteúdos artificiais consumidos e produzidos sem que os usuários percebam.
A Meta investe pesadamente na área de IA, com o objetivo de se manter competitiva diante de rivais como Google e OpenAI. Apesar das dificuldades e da histórica tentativa de inovação que não alcançou sucesso, a empresa aposta na integração da IA como estratégia central para o futuro das redes sociais.
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