Brasil, 27 de setembro de 2025
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Violência no Rio suspende aulas por até 29 dias em escolas

Levantamento revela impacto da violência nas escolas do Rio, onde aulas são interrompidas com frequência por medo de ataques.

No Rio de Janeiro, a situação das escolas enfrenta um grave desafio: a violência armada. Dados recentes da Secretaria Municipal de Educação (SME) mostram que entre o início do ano e agosto de 2025, muitas unidades educacionais tiveram aulas suspensas por até 29 dias. O cenário alarmante, marcado por tiroteios e invasões, afeta diretamente a segurança e o aprendizado de crianças e adolescentes, preocupando pais e educadores.

O impacto da violência nas escolas

Uma pesquisa do RJ2 revela que, em algumas regiões da Zona Norte do Rio, escolas e creches enfrentam uma ameaça constante. Funcionários e crianças estão cada vez mais expostos a situações de risco, onde os ambientes de aprendizado se transformam em refúgios improvisados para criminosos. Um exemplo chocante ocorreu recentemente, quando bandidos invadiram uma sala cheia de bebês em uma creche municipal em Vicente de Carvalho.

“Muito tiro, muito tiro… as crianças chorando muito”, descreveu uma funcionária em um áudio desesperador durante um tiroteio. Imagens capturadas na mesma unidade mostram crianças tentando se proteger no chão, revelando a gravidade da situação. Embora a segurança seja uma prioridade, muitas escolas não contam com câmeras de monitoramento devido à pressão do tráfico de drogas, como destacou o secretário de Educação, Renan Ferreirinha.

Aulas interrompidas e a realidade das escolas

O levantamento da SME indica que, até 31 de agosto de 2025, as interrupções nas aulas foram significativas. As escolas mais afetadas incluem:

  • Chapadão: 39 escolas, 29 dias de interrupção;
  • Juramento: 5 escolas, 28 dias;
  • Vila Kennedy: 17 escolas, 22 dias;
  • Serrinha: 4 escolas, 22 dias;
  • Morro do Trem (Vila Kosmos): 4 escolas, 21 dias.

De acordo com o Unicef, a violência armada tem um impacto cumulativo na aprendizagem, resultando em uma perda equivalente a seis meses de estudo em comparação a outras regiões do Brasil. “Crianças e adolescentes que vivem em territórios sob controle armado enfrentam desafios enormes para sua educação e desenvolvimento”, afirmou Flavia Antunes, chefe do Unicef no Rio.

Protocolos de segurança insuficientes

A Prefeitura implementou protocolos de segurança que variam de acordo com a situação do dia. O monitoramento começa às 4h da manhã e as condições são classificadas como:

  • Verde: funcionamento normal;
  • Amarelo: confronto próximo, mas sem suspensão de atividades externas;
  • Laranja: mudanças nos horários de entrada e saída;
  • Vermelho: crianças e funcionários devem se deslocar para salas específicas e deitar no chão.

No entanto, essas medidas nem sempre são suficientes. Em uma escola no Engenho Novo, câmeras registraram a invasão de um criminoso que roubou a moto de um funcionário, evidenciando as falhas de segurança.

A rotina de medo e resiliência dos educadores

O clima de insegurança tem impactado severamente a rotina de diretores, professores e estudantes. Uma diretora de uma escola situada em uma área dominada pelo tráfico expressou o quanto sua profissão mudou. “Ninguém imagina que vai ensinar o aluno a se proteger de tiros. É frustrante, mas a educação é essencial”, afirmou.

Essas experiências mostram uma realidade angustiante durante um período que deveria estar dedicado ao aprendizado. A coragem e a dedicação dos educadores em meio a essa crise são dignas de nota, mas a luta pela segurança e pela educação no Rio de Janeiro continua, com a esperança de que soluções eficazes sejam implementadas.

Enquanto as aulas seguem sendo suspensas e a violência afeta a vida de milhares de estudantes, a urgência por mudanças se torna cada vez mais importante. O futuro das crianças e adolescentes do Rio de Janeiro depende da resposta efetiva às exigências de segurança e educação em suas comunidades.

Acompanhe as notícias sobre a situação das escolas do Rio e a luta por um ambiente mais seguro de aprendizado para todos.

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