Nesta semana, líderes mundiais reúnem-se na Assembleia Geral da ONU para discutir, entre outros temas, o impacto do esporte como ferramenta de igualdade de gênero. Segundo Danette Leighton, CEO da Women’s Sports Foundation, o esporte vai além do entretenimento, sendo um poderoso motor de transformação social ao oferecer oportunidades e conhecimentos que reverberam em todos os setores da sociedade.
O poder social do esporte e suas implicações globais
De acordo com Leighton, o esporte constrói não apenas campeões nas competições, mas também líderes de negócios, governos e comunidades. Quando meninas e mulheres têm acesso ao esporte, desenvolvem habilidades que impactam suas vidas pessoais e profissionais, promovendo lideranças femininas e maior representatividade. É fundamental que o UNGA priorize políticas que garantam acesso igualitário, promovam a presença feminina em cargos de liderança e apoiem programas inclusivos para atletas sub-representadas.
O legado do Title IX nos Estados Unidos
Nos Estados Unidos, a política Title IX, aprovada em 1972, é um exemplo de sucesso na promoção da igualdade de gênero no esporte. Desde então, o número de oportunidades para meninas no ensino médio aumentou em mais de três milhões, enquanto, no nível universitário, mulheres representam 44% dos atletas na NCAA, comparado a 15% antes da lei. Além de ampliar oportunidades, o envolvimento esportivo impulsiona o desempenho acadêmico, aumenta as taxas de graduação e motiva sonhos de educação superior, evidenciando os efeitos positivos que vão além da prática esportiva.
Desafios e lacunas existentes no cenário mundial
Apesar dos avanços, há áreas que ainda necessitam de maior atenção. Leighton destaca que, enquanto a participação de meninas como atletas aumentou, a presença de mulheres em cargos de treinadoras diminuiu de 90% em 1971 para 42% atualmente. Promover mais mulheres na liderança do esporte é essencial para que jovens vejam modelos femininos de sucesso.
Inclusão de mulheres com deficiência
Outro grupo muitas vezes excluído é o das mulheres com deficiência. Dados da Women’s Sports Foundation revelam que 90% dessas mulheres não praticam esporte, e que meninos com deficiência participam mais do que meninas. Investir em programas adaptados, promover acessibilidade e estimular a presença feminina em todas as categorias esportivas são estratégias para ampliar a inclusão e os benefícios do esporte para todas.
O esporte como catalisador de transformação social
Além de promover a igualdade de gênero, o esporte reforça habilidades de liderança, resiliência, saúde mental e combate ao sedentarismo. Estudos indicam que 71% das mulheres que praticaram esportes na juventude ascenderam a cargos de liderança, demonstrando o potencial do esporte na formação de futuras líderes empresariais, políticas e comunitárias.
Para que essa transformação seja sustentável, é imprescindível que governos, entidades e a sociedade invistam em recursos, políticas inclusivas e na promoção de uma cultura esportiva que respire igualdade e diversidade em todos os níveis.
Explorar as potencialidades do esporte é um passo decisivo para uma sociedade mais justa e igualitária, na qual todos tenham oportunidades de desenvolver seu potencial máximo.
