Brasil, 23 de setembro de 2025
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Trump associa uso de Tylenol na gravidez ao autismo: o que dizem as evidências científicas

Declaração do governo dos EUA liga uso de acetaminofen durante a gestação ao risco de autismo, mas especialistas destacam falta de respaldo científico sólido

Durante uma coletiva na Casa Branca em 22 de setembro de 2025, o presidente Donald Trump afirmou que o uso de Tylenol na gravidez aumenta o risco de autismo, gerando controvérsia com a comunidade médica. Sua declaração contraria recomendações de órgãos de saúde, que afirmam que o medicamento é seguro para uso durante a gestação.

Declarações oficiais e controvérsia

Trump afirmou que mulheres grávidas devem evitar o uso de acetaminofen, o princípio ativo do Tylenol, a menos que tenham febre extremamente alta. “Se você não consegue suportar, precisa fazer o que for necessário”, disse ele. A declaração foi feita na presença do secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr., e outros oficiais do governo.

Entretanto, a Associação Americana de Obstetras e Ginecologistas (ACOG) repudiou as alegações presidenciais, afirmando que não há evidências científicas conclusivas que liguem o uso de acetaminofen ao autismo ou a riscos fetais. “Não há dados confiáveis que sustentem essa afirmação”, afirmou o presidente da entidade, Dr. Steven Fleischman, em nota oficial.

Riscos reconhecidos na gravidez

Enquanto o uso do acetaminofen é considerado seguro durante a gestação, especialistas alertam sobre os riscos associados ao tratamento de febres com outros medicamentos, como ibuprofeno e aspirina, que podem representar perigos ao feto. A Academia Americana de Pediatria e outras instituições indicam que febres não tratadas na gravidez podem estar relacionadas a complicações graves, incluindo aborto, malformações fetais, problemas cardíacos e possíveis associações com autismo, conforme documento de 2021 da Sociedade para Medicina Materno-Fetal.

O que diz a ciência

Estudos científicos sobre a relação entre acetaminofen e autismo ainda estão em estágio preliminar, e evidências sólidas para estabelecer uma ligação causal são faltantes. Pesquisas recentes indicam uma possível associação, mas os especialistas reforçam a necessidade de mais estudos rigorosos para compreender essa relação.

Estudos anteriores, como o publicado na revista JAMA Pediatrics, sugeriram que o uso de acetaminofen possa estar ligado ao aumento de riscos de problemas neurológicos, porém essa relação ainda não é considerada conclusiva pela comunidade médica. Segundo a ACOG, o medicamento permanece como a opção mais segura para reduzir febres na gestação, em comparação com alternativas que apresentam riscos comprovados.

Perspectivas futuras

A controvérsia levantada pelo anúncio da administração Trump coloca em evidência a necessidade de mais pesquisas sobre os efeitos do acetaminofen na saúde fetal. Especialistas alertam que decisões baseadas em informações científicas sólidas são essenciais para garantir a segurança das gestantes e seus bebês.

Até o momento, a comunidade médica está aguardando estudos adicionais para avaliar de forma mais definitiva o potencial vínculo entre acetaminofen e autismo, reforçando a importância do acompanhamento médico durante a gravidez.

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