As vozes das crianças em Gaza, que clamam por um futuro, estão sendo silenciadas pela guerra. Em um apelo emocionante, o frade franciscano Ibrahim Faltas, diretor das escolas da Custódia da Terra Santa, denunciou a grave situação vivida por milhares de crianças na região. “Os direitos essenciais das crianças estão sendo violados”, afirmou ele em um vídeo dirigido à mídia vaticana. Neste contexto dramático, ele pede que a violência cesse: “Queremos o fim desta guerra!”
A situação nas escolas
Com o início do terceiro ano sem aulas em Gaza, a realidade se torna cada vez mais sombria. Edifícios importantes para a educação foram destruídos, e as escolas se tornaram, triste e temporariamente, refúgios na luta entre as forças israelenses e os grupos armados locais. “Agora, não há mais locais de educação e crescimento”, disse Faltas. Desde os ataques iniciados em 7 de outubro, os espaços que deveriam abrigar o aprendizado foram transformados em abrigo contra os bombardeios, mas essa função também foi comprometida.
Números alarmantes: Unicef e direitos da infância
De acordo com dados recentes do Unicef, mais de 18.000 crianças já perderam a vida em decorrência dos conflitos e operações militares em Gaza, uma média devastadora de 28 vidas jovens a cada dia. “Além disso, mais de 42.000 crianças estão feridas, e, pelo menos, 21.000 resultaram com algum tipo de deficiência permanente”, informou a agência. Esses números refletem não apenas a violência física, mas a negação dos direitos básicos da infância: desenvolvimento, educação e diversão.
A realidade na Cisjordânia
Se a situação em Gaza é crítica, a Cisjordânia também enfrenta seus desafios. Embora o percurso escolar tenha sido retomado, as dificuldades persistem. As instituições educacionais da Custódia da Terra Santa situadas em Jerusalém, Belém e Jericó ainda enfrentam limitações significativas. Segundo Faltas, “as famílias estão preocupadas com o futuro. As crianças da Cisjordânia também vivem o medo constante pelos amigos em Gaza e pela insegurança que envolve suas vidas.” O aumento do nível de pobreza e as restrições à liberdade de movimento agravam ainda mais a situação.
A mensagem de esperança
Frade Faltas finaliza seu apelo com um clamor por paz que ressoa não apenas em Gaza, mas em todas as regiões em conflito. Seu questionamento retórico, “Como viverão essas crianças, se conseguirem sobreviver?”, ecoa a angústia de gerações que enfrentam um futuro incerto. “Gerações inteiras viveram sem passado, presente e futuro”, disse ele, manifestando sua expectativa e esperança de que essa situação desumana chegue ao fim. A oração por paz e a proteção das crianças em todas as regiões de guerra são um lembrete poderoso da necessidade urgente de diálogo e compreensão.
É essencial que a comunidade internacional atenda ao apelo de Faltas e trabalhe em prol da paz e dos direitos das crianças. “As crianças são o nosso futuro e o futuro da humanidade”, um lembrete que deve ser encarado com urgência e responsabilidade. Portanto, enquanto a guerra continua a assolar Gaza e outras partes do mundo, é imprescindível que vozes como a de Faltas não sejam ignoradas e que sejam tomadas medidas concretas para restabelecer a paz e dar às crianças a oportunidade que merecem. Elas têm o direito de viver em serenidade.