Brasil, 19 de setembro de 2025
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Idosas religiosas retornam a convento na Áustria após fuga

Três freiras idosas recusam-se a retornar ao hospital administrado pela Igreja, reafirmando seu desejo de permanecer no antigo convento.

Desde o início de setembro, três monjas aposentadas têm chamado atenção internacional e conquistado seguidores no Instagram ao fugir de uma casa de repouso na Áustria e retomar residência no antigo convento em Goldenstein, próximo a Salzburgo. A ação ocorre após disputas legais e mudanças nas regulamentações do Vaticano sobre ordens menores.

Retorno ao convento e resistência às ordens oficiais

Aos 88, Sister Bernadette, 86, Sister Regina e 81 anos, que deixaram o asilo da Caritas, conseguiram retornar ao espaço religioso com a ajuda de um chaveiro, segundo a BBC. Agora, elas se recusam a deixar o local, mesmo após terem oficialmente se retirado da instituição.

Conforme as regulamentações do Vaticano, comunidades com menos de cinco freiras não podem eleger suas próprias superioras, e, em 2022, as três freiras tiveram que transferir a propriedade do convento para a Arquidiocese de Salzburgo e para o Mosteiro de Reichersberg. O contrato de transferência assegurou-lhes o direito de residir ali pelo resto da vida, “enquanto fosse justificável por saúde e vida espiritual”, explicou o padre Markus Grasl, competente pela administração do convento.

Disputas e alegações de expulsão

Após várias hospitalizações das freiras, Grasl ordenou sua transferência para o asilo Schloss Kahlsperg em Hallein, em dezembro passado, alegando risco à saúde e o estado precário do edifício. No entanto, as freiras contestam veementemente, afirmando que foram expulsas contra sua vontade e se sentem “deslocadas”.

Elas acusam Grasl de pressioná-las a assinar um contrato sem plena compreensão e de sumir com cerca de 50 mil euros em dinheiro — valor que envolvia seus recursos financeiros, além de alegar não terem mais acesso às próprias contas.

As autoridades eclesiásticas negaram as alegações, ressaltando que as decisões ocorreram após diálogos intensos e cooperação com as freiras e representantes da Igreja local. “A intenção sempre foi o bem-estar e a segurança das irmãs”, afirmou Grasl em uma declaração oficial.

Suporte da comunidade e repercussão nas redes sociais

Cerca de 30 ex-alunos e apoiadores ajudam atualmente as freiras com alimentação, cuidados médicos e apoio na mídia. Elas reativaram suas contas no Instagram, sob o nome “nonnen_goldenstein”, onde mais de 18 mil seguidores acompanham suas vidas diárias, incluindo momentos de oração, alimentação e limpeza.

As ações das freiras chamaram a atenção tanto de fiéis quanto de delegados da Igreja. A superior da Federação das Canonessas de Santa Água, Sister Beate Brandt, manifestou-se condenando a desobediência: “Não posso tolerar isso”, declarou.

Perspectivas e apelos da Igreja

O padre Grasl continua a solicitar que as freiras retornem ao asilo, onde receberiam cuidados de alta qualidade, e tranquiliza que “não há planos de medidas coercitivas no momento”.

Por sua parte, a Igreja mantém a esperança de um diálogo que leve à resolução pacífica do conflito, reafirmando seu compromisso com o bem-estar das freiras. A situação, no entanto, permanece complexa, com igreja e comunidade debatendo sobre autonomia, ética e direitos pessoais.

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