Um documento obtido pelo GLOBO indica que Mário Otávio Gomes, diretor estatutário da Fast Shop, foi uma peça-chave na conexão entre a varejista e uma fraude bilionária na Secretaria da Fazenda de São Paulo (Sefaz-SP). A investigação revela uma comunicação intensa entre ele e o auditor Artur Neto, responsável por liberar recursos fiscais irregularmente, desde 2022 até 2025.
Comunicação intensa e domínio do esquema na Fast Shop
Segundo os documentos, Mário se comunicava com Artur Neto por mais de 200 mensagens e dezenas de e-mails, negociando vantagens indevidas aos dois lados. Ele era o responsável pela tratativa com o escritório Smart Tax, que intermediava pagamentos de propinas, e por operacionalizar o esquema junto à equipe da Fast Shop, incluindo contatos com outros coordenadores e analistas fiscais.
Impulso na economia clandestina de R$ 1 bilhão
Estima-se que o esquema, ativo por pelo menos cinco anos, movimentou cerca de R$ 1 bilhão, beneficiando a varejista com créditos fiscais irregulares. Artur Neto, que chegou a ser preso em agosto, desempenhava papel crucial ao facilitar o ressarcimento de valores por meio de processos acelerados na Secretaria.
Rede estruturada com vários integrantes
Além de Mário, outros colaboradores da Fast Shop participaram do esquema. Caroline Camargo Godoy, coordenadora fiscal, tinha contato presencial com Artur Neto, coordenando pagamentos ilícitos, enquanto analistas como Ellen Franciane Pereira Silva e Felipe Signorelli colaboravam na operacionalização e comunicação com o auditor.
Utilização de práticas ilegais e papel do servidor público
Relatórios apontam que Artur Neto utilizava sua influência na Secretaria para acelerar processos de ressarcimento e garantir vantagens indevidas às empresas investigadas. A prática envolvia emissão de notificações oficiais pela própria Fast Shop para que o auditor as resolvesse, atuando como uma espécie de funcionário da própria organização. Em 2025, mais de 65 e-mails trocados reforçam a continuidade dessas ações criminosas.
Repercussões e posicionamento da Fast Shop
Segundo a empresa, a Fast Shop está colaborando integralmente com as autoridades. O esquema foi detalhado em investigações que também apontam a participação de figuras de “elevado poder econômico” capazes de influenciar as apurações, e a sua estrutura organizacional demonstra uma organização rígida e articulada para maquiar operações fiscais.
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