Uma nova teoria intrigante levanta a hipótese de que a vida na Terra pode ter origens extraterrestres. Pesquisador Robert Endres, do Imperial College de Londres, argumenta que os blocos de construção da vida, que incluem moléculas complexas, podem ter sido entregues por alienígenas que estavam terraformando o planeta para torná-lo habitável bilhões de anos atrás.
Teoria da panspermia dirigida
Essa ideia, conhecida como panspermia dirigida, sugere que formas de vida simples ou micróbios podem ter sido intencionalmente enviados à Terra para impulsionar a evolução. Segundo Endres, essa intervenção poderia reescrever nossa concepção sobre a origem da vida, saindo de um modelo baseado em um “sopa química” formada de maneira acidental.
De acordo com as estimativas de Endres, essa “entrega” dos micróbios pode ter ocorrido cerca de 4,2 bilhões de anos atrás, pouco depois da formação da água na Terra. Ele sugere que civilizações extraterrestres poderiam ter usado espaçonaves ou sondas para entregar esses “kits de início” de vida ao jovem planeta.
Complexidade da vida e a necessidade de intervenções externas
O pesquisador afirma que a formação natural da vida é improvável, considerando a complexidade e a “ordem química” necessárias para criar as primeiras células simples. Endres calcula que as condições para a formação espontânea dependeriam de um alinhamento tão preciso de fatores que as chances de isso ocorrer dentro de um período de 500 milhões de anos seriam praticamente nulas.
Em um contexto atual, onde estudos científicos discutem a possibilidade de terraformar planetas como Marte e Vênus, Endres pondera sobre a possibilidade de que civilizações avançadas tenham feito o mesmo com a Terra, por curiosidade ou necessidade. “Se civilizações avançadas existem, não é implausível que elas tentem intervenções similares”, destaca.
A busca por evidências e o desafio da prova
Embora essas hipóteses sejam fascinantes e ofereçam uma nova perspectiva sobre a origem da vida, a falta de evidências concretas de vida extraterrestre, conforme indicado em um recente relatório do Pentágono de 2024, limita a aceitação da teoria. A pesquisa de Endres, publicada na plataforma Arxiv, ainda não passou por revisão por pares e usou modelos matemáticos para estimar a “informação” necessária para construir as primeiras células na Terra.
Ele faz uma analogia entre a informação nos blocos de construção químicos envolvidos na formação da vida e os “bits” em um computador, apontando que instruções específicas seriam necessárias para organizar o DNA e as proteínas adequadamente em um protocélula, essencial para o surgimento da vida como conhecemos.
A evolução das teorias sobre a origem da vida
Cientistas têm debatido ao longo das décadas várias teorias sobre como a vida surgiu na Terra. Algumas teorias sustentam que compostos vitais foram trazidos por meteoroides, que, ao colidirem com o planeta, trouxeram a energia necessária para criar novos organismos. Por outro lado, grupos de pesquisadores, como uma equipe da Universidade de Stanford, sugerem que “microlâmpadas” geradas por gotículas de água podem ter fornecido a energia elétrica necessária para misturar partículas orgânicas no ambiente primitivo da Terra.
Enquanto isso, a nova pesquisa de Endres oferece uma perspectiva intrigante, mas ainda carece de provas concretas. O desafio de validar por meio de evidências a intervenção de civilizações alienígenas torna a questão da origem da vida um campo fascinante e cheio de mistérios a serem desvendados.
À medida que a ciência avança, novos estudos e debates surgem, refletindo a busca incessante do ser humano por respostas sobre nossa própria existência e a possibilidade de vida fora da Terra.
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