Na última segunda-feira (8), a prefeitura de Campinas anunciou medidas para minimizar os impactos da transferência de 800 alunos da EMEF Padre Leão Vallerié, devido a reformas na escola. A localização da nova unidade, a 27 km de distância, causou uma viagem de mais de 50 km (ida e volta) que prejudicou a carga horária de aulas dos estudantes. O prefeito Dário Saadi considerou a situação “inadmissível” e determinou a reposição das aulas perdidas.
Decisões e divergências na gestão educacional
O prefeito Dário Saadi afirmou que a perda de duas horas de aula por dia é inaceitável e que um cronograma de reposição será elaborado em conjunto com a Secretaria de Educação e os pais dos alunos. Ele enfatizou a necessidade de garantir a continuidade do aprendizado das crianças, considerando que o tempo de aula é fundamental para o desenvolvimento educacional.
No entanto, essa posição diverge da declaração do representante da Secretaria de Educação, Niraldo José da Silva, que considerou o tempo gasto no trânsito como parte do aprendizado e uma experiência pedagógica. Em uma entrevista, ele argumentou que a escola não se resume apenas às aulas tradicionais, mas também inclui vivências fora da sala de aula.
Além disso, o dirigente destacou a necessidade de inovar a forma de ensinar, ressaltando que a experiência de deslocamento pode enriquecer o aprendizado dos alunos de maneiras que não se limitam ao conteúdo teórico ministrado em sala de aula.
Impactos na vida escolar dos alunos
A professora Cristiane Machado, da Faculdade de Educação da Unicamp, expressou preocupação com a perda de aulas para estudantes do 1º ao 9º ano. A docente fez questão de frisar a importância do tempo que os alunos passam na escola, afirmando que cada hora perdida pode trazer sérias consequências para a aprendizagem, principalmente no ensino fundamental.
Ela defende que, embora exista a possibilidade de compensar as aulas perdidas, isso deve ser feito de maneira articulada, envolvendo as famílias. Cristiane alertou que não se pode transferir a responsabilidade de ensinar totalmente para os pais, uma vez que a jornada pedagógica deve ser desenvolvida dentro da escola.
Medidas de transporte e logística
Para atenuar os impactos do deslocamento, a partir desta terça-feira (9), os ônibus contratados pela prefeitura para o transporte dos alunos poderão utilizar o Corredor BRT. Essa mudança visa reduzir o tempo de viagem e garantir a segurança dos estudantes durante o deslocamento. Além disso, agentes da Emdec acompanharão o embarque e desembarque dos alunos no terminal Campo Grande, que foi reativado para essa finalidade.
O prefeito Dário Saadi também garantiu melhorias no terminal, como a instalação de bebedouros e a revisão das condições do espaço, que, segundo denuncias, apresentava problemas como sujeira e falta de manutenção nos banheiros.
Expectativas para a reforma da escola
As obras na EMEF Padre Leão Vallerié incluem a troca de telhados e reformas na parte elétrica e na estrutura da escola, que está com problemas como goteiras e calor excessivo. O prefeito mencionou que, embora a previsão para a conclusão das obras seja de nove meses, há esforços para entregar a escola reformada no início de 2026.
No entanto, a escolha de iniciar as reformas no período letivo gerou críticas e questionamentos. A administração da cidade afirmou que a obra é complexa e não poderia ser realizada durante o período de férias devido ao seu tamanho. Dário explicou que a necessidade de melhorias é urgente e visa garantir um ambiente escolar adequado para os alunos.
Com as mudanças e as promessas de reposição, espera-se que a situação se normalize e que os estudantes da EMEF Padre Leão Vallerié possam retomar sua rotina escolar de forma adequada, sem comprometer o seu aprendizado.
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