Brasil, 9 de julho de 2025
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UE tenta proteger Airbus e montadoras em acordo com os EUA, mas Ferrari deve ficar de fora

Negociações entre União Europeia e Estados Unidos buscam evitar tarifas elevadas, beneficiando Airbus e fabricantes alemães, mas deixam de fora Ferrari

Enquanto a União Europeia se aproxima de um acordo comercial com os Estados Unidos, dos quais tentam proteger setores-chave contra tarifas elevadas, negociações estão avançando para evitar tarifas maciças nas exportações do bloco, que podem começar a partir de 1º de agosto. O foco principal é a fabricante de aviões Airbus e montadoras europeias, mas marcas como Ferrari poderão ficar de fora das isenções tarifárias.

Proteção a Airbus e automotivos: negociações em curso

A Comissão Europeia, responsável pelo comércio do bloco, está prestes a concluir um acordo preliminar que isentaria aeronaves comerciais de certas tarifas, impulsionando a Airbus, maior fabricante de aviões do mundo, que depende de uma rede global de fornecedores e plantas industriais, incluindo unidades em Toulouse e Hamburgo. Segundo fontes da Bloomberg, o acordo também incluiria exceções para montadoras alemãs como BMW e Mercedes-Benz, incluindo a transferência de produção de modelos como o Mercedes GLC para os EUA até 2027.

Por outro lado, empresas como a Ferrari, que não possuem fábricas nos EUA e produzem seus veículos na Itália, podem ficar de fora do benefício. A fabricante de carros de luxo e exclusividade estaria sujeita às tarifas de 25% sobre importações de veículos, o que aumenta seus custos de exportação para o mercado norte-americano.

Implicações políticas e econômicas

O setor de aviação é uma prioridade política na União Europeia, que busca evitar tarifas adicionais de 10% impostas pelos EUA à Airbus, enquanto os EUA tentam reequilibrar o comércio, inclusive considerando retornar ao acordo de 1979 que isentava aeronaves de tarifas, atualmente suspenso. Segundo o comissário europeu para a Indústria, Stephane Sejourne, a luta contra a “concorrência desleal” da Boeing é essencial, uma vez que a companhia americana produz apenas nos EUA, enquanto a Airbus se beneficiou de uma estrutura de produção global.

De acordo com a União Europeia, as tarifas atuais representam cerca de € 380 bilhões (US$ 445 bilhões) em exportações anuais para os EUA, o que constitui aproximadamente 70% das exportações do bloco ao país. O impacto da guerra comercial já refletiu na previsão de crescimento econômico da UE, que foi revisada para uma alta modesta de 1,1% em 2025, contra estimativas anteriores de 1,5%.

Pressões para redução de tarifas sobre automóveis

O bloco também trabalha para evitar uma escalada nas tarifas de 10% a 50% sobre veículos e componentes automotivos, com o objetivo de garantir acesso ao lucrativo mercado norte-americano. As montadoras alemãs, particularmente Porsche e Mercedes, enfrentam queda nas vendas, enquanto Audi já avalia iniciar produção local nos EUA, visando reduzir custos e evitar tarifas elevadas.

O chanceler alemão Friedrich Merz e o ministro das Finanças Lars Klingbeil reforçam a urgência de um acordo justo com os EUA, sob risco de contramedidas caso as negociações não avancem. A UE tem até 1º de agosto para firmar um acordo preliminar que garanta uma tarifa de 10%, evitando que todas as exportações do bloco sofram aumento para 50%.

Enquanto isso, negociações continuam, com as partes buscando um equilíbrio que proteja setores estratégicos sem prejudicar suas relações comerciais. A expectativa é que, se o pacto não for alcançado, a guerra tarifária possa se intensificar, afetando exportações e relações econômicas de longa data entre os blocos.

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