Brasil, 1 de julho de 2025
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Polícia Federal ouve depoimentos de ex-assessor e advogado de Bolsonaro

A Polícia Federal conduz depoimentos de envolvidos em investigações sobre possível tentativa de obstrução da justiça.

Nesta terça-feira, 7 de janeiro, a Polícia Federal (PF) dará seguimento ao inquérito que investiga uma suposta tentativa de obstrução da ação penal relacionada a uma trama golpista que poderia permitir ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permanecer no poder. Para isso, serão ouvidos o ex-assessor do presidente, Fábio Wajngarten, e o advogado Paulo Cunha Bueno, que representa Bolsonaro. Os depoimentos estão agendados para ocorrerem simultaneamente às 14h.

Envolvidos no inquérito e suas declarações

Além de Wajngarten e Bueno, também prestarão testemunho Marcelo Câmara e seu advogado, Eduardo Kuntz. Kuntz já havia apresentado à PF gravações de áudio entre Câmara e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que pode ter papel crucial na investigação.

Os depoimentos com Wajngarten e os outros envolvidos serão realizados em São Paulo, enquanto Câmara será ouvido em Brasília, onde se encontra detido.

Cid, que já prestou depoimento no dia 24 de janeiro, negou ter utilizado as redes sociais de sua esposa para se comunicar com Kuntz. Ele também revelou que o advogado e Paulo Bueno tentaram persuadir sua família a adotar uma “defesa conjunta” com a de Bolsonaro, levantando sérias suspeitas a respeito da ilegalidade de possíveis articulações entre os acusados.

Cid fala sobre as abordagens de Kuntz

O ex-ajudante Cid expressou sua perplexidade sobre o contato de Kuntz com sua família, considerando que a relação entre eles era distante, com Kuntz atuando pontualmente na defesa de Bolsonaro. Ele relatou que, em um dos encontros, Kuntz e Bueno informaram sua mãe que poderiam defender Cid, que, nesse momento, estava preso no caso da suposta trama golpista. Cid entregou à PF um documento assinado por sua mãe confirmando a abordagem do advogado.

Cid também mencionou que acredita que Kuntz estava tentando obter informações sobre termos de uma colaboração premiada ao contatar sua filha. Essas declarações são altamente relevantes para a investigação sobre as tentativas de manipulação de testemunhas.

Aproximação de Wajngarten

Outra parte chocante da investigação envolve Fábio Wajngarten, que, segundo Cid, se aproximou de sua esposa e filha em agosto e setembro de 2023. As tentativas de Wajngarten incluíram conversas via WhatsApp e até mesmo uma ligação para sua esposa, na qual tentou convencê-la a trocar os advogados que o defendiam. Cid entregou à PF uma declaração escrita por sua esposa, documentando o episódio e corroborando suas alegações sobre a aproximação de Wajngarten.

O ex-assessor, que foi demitido pelo Partido Liberal (PL) em maio devido a polêmicas envolvendo mensagens vazadas, nega as acusações feitas por Cid. Em entrevista ao Metrópoles, Wajngarten afirmou que “a criminalização da advocacia é uma cortina de fumaça para tentar ocultar a falta de voluntariedade do réu delator Mauro Cid e a consequente nulidade da colaboração”.

Próximos passos na investigação

A PF deve seguir com as investigações à medida que novos depoimentos sejam colhidos e evidências sejam analisadas. A questão sobre a possível articulação entre os réus levanta preocupações sobre a integridade do processo judicial e a segurança de testemunhas. O desdobramento desta operação poderá ter implicações significativas para os envolvidos e para o cenário político atual no Brasil.

A audiência de hoje pode ser um ponto de virada na investigação e uma oportunidade para que novos elementos sejam acrescentados ao caso. Enquanto a PF investiga as relações entre os réus e as tentativas de encobrimento, a sociedade aguarda com expectativa o que será revelado nos depoimentos que estão por vir.

Esta é uma situação em constante evolução, e o desenrolar da investigação promete revelar mais sobre as dinâmicas de poder e os esforços de obstrução da justiça que estão sendo alegados.

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