Brasil, 1 de julho de 2025
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Correios mantém teletrabalho para grupos específicos

Após decisão judicial, Correios anuncia continuidade do teletrabalho para alguns empregados, apesar de retorno ao presencial.

A decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região exigiu que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) retornasse ao trabalho presencial, mas a instituição anunciou, na última segunda-feira (30 de junho), que certas categorias de funcionários ainda poderão continuar em teletrabalho. A circular foi divulgada após o horário de expediente, surpreendendo muitos empregados que já haviam assinado a alteração contratual para retornar às atividades presenciais a partir do dia 1º de julho.

Critérios para permanência no teletrabalho

Segundo a nova circular dos Correios, alguns grupos de funcionários estão autorizados a seguir em regime de teletrabalho. Estes grupos incluem aqueles que têm filhos ou dependentes com menos de seis anos, pessoas que cuidam de crianças ou adultos com deficiência, e empregados que possuem proteções judiciais ou foram reenquadrados por meio de processo seletivo. “Os pedidos de permanência em teletrabalho por questões de saúde serão avaliados individualmente pela área médica”, informou a empresa.

A medida representa uma tentativa de conciliar as exigências legais e as necessidades dos trabalhadores, já que a decisão do TRT foi uma resposta ao pedido de tutela de urgência feito pela Associação dos Procuradores dos Correios. Esta ação judicial argumentou que a alteração do regime de trabalho realizado pela empresa era unilateral e desrespeitava a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Ação judicial e motivos para o retorno ao presencial

A ação do TRT foi determinada pelo juiz Guilherme Bassetto Petek e foi motivada por críticas relacionadas à forma como o teletrabalho foi implementado nos Correios. De acordo com a associação, o trabalho remoto foi estabelecido com base em normativas internas e aditivos contratuais, sendo considerado um direito adquirido pelos empregados. Assim, a imposição do retorno ao trabalho presencial foi recebida como uma violação desses direitos.

Além disso, em um contexto mais amplo, os Correios enfrentam desafios financeiros significativos. Apenas no mês de maio, a empresa anunciou a suspensão de férias e do trabalho remoto em uma tentativa de cortar custos diante de um cenário de prejuízos. Em um comunicado oficial, destacou-se a necessidade de reduzir despesas e ao mesmo tempo buscar novas oportunidades de negócios e receitas.

Desempenho financeiro preocupante

O estado financeiro dos Correios não é animador. Em 2024, a empresa registrou um prejuízo de R$ 2,6 bilhões, um montante quatro vezes maior que o déficit de R$ 597 milhões do ano anterior, que já era alarmante. Este resultado significa que os Correios tiveram um dos piores desempenhos financeiros desde 2016, quando o déficit chegara a R$ 1,5 bilhão (equivalente a cerca de R$ 2,3 bilhões em valores atualizados).

O aumento da perda financeira tem alarmado tanto a gestão interna quanto as entidades representativas dos trabalhadores. Análises apontam que a empresa precisa se reinventar e buscar inovações para reverter essa trajetória de perdas, além de se adaptar à nova realidade do mundo do trabalho, onde o teletrabalho se tornou uma prática comum e, em alguns casos, necessária.

A importância da negociação com os empregados

Em meio a esse cenário, o diálogo entre a administração dos Correios e seus funcionários é essencial para buscar soluções que respeitem os direitos trabalhistas e que, ao mesmo tempo, permitam à estatal lidar com suas dificuldades financeiras. A continuidade do teletrabalho para alguns grupos é um passo, mas requer uma abordagem mais abrangente para garantir a satisfação dos empregados e o equilíbrio financeiro da empresa.

À medida que os Correios tentam navegar essas águas turbulentas, a forma como lidarão com as relações trabalhistas e a implementação de um ambiente de trabalho flexível será crucial para o sucesso futuro da organização. A crise atual é não apenas um desafio econômico, mas também uma oportunidade para repensar o modelo de trabalho e os direitos dos funcionários em um mundo em constante mudança.

Portanto, a vigilância sobre as condições de trabalho dos empregados e a avaliação justa de suas necessidades, em conjunto com a busca por soluções financeiras sustentáveis, poderão definir o futuro da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

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