A Raízen, gigante do setor de energia e agronegócio brasileiro, intensifica seus esforços para fortalecer o balanço financeiro após forte queda nos títulos de dívida no exterior. As conversas entre acionistas ganharam urgência, em um momento decisivo para a companhia, que busca uma injeção de capital de até R$ 10 bilhões.
Discussions about capital infusion and sale of assets
Segundo fontes próximas às negociações, acionistas controladores, como a Shell Plc, que detém 44% da Raízen, e a Cosan, estão discutindo uma possível capitalização que inclui a participação do BTG Pactual. Há ainda a possibilidade de venda de ativos, como a refinaria na Argentina, prevista para gerar cerca de R$ 10 bilhões em receita.
Pressões financeiras e desafios estratégicos
A situação financeira da Raízen está sob pressão devido ao elevado endividamento, juros altos, safras fracas e investimentos arrojados em projetos de biocombustíveis, como etanol de segunda geração e combustíveis sustentáveis para aviação. Seus bonds em dólar acumularam uma perda de 17% nos últimos três meses, colocando a empresa entre as piores performances no mercado de mercados emergentes.
Impacto no mercado e na relação com acionistas
As ações preferenciais da Raízen caíram abaixo de R$ 1, uma queda de 62% no ano, levando a empresa a considerar medidas para cumprir regras de listagem. A deterioração do crédito provocou rebaixamentos por parte de agências de classificação, como Moody’s e S&P Global Ratings, que deixaram a empresa próxima do grau especulativo.
Enquanto isso, o banco Itaú e outros financiadores analisem a renegociação de dívidas relacionadas à exposição do banco à companhia de biocombustíveis, reforçando a vulnerabilidade financeira do grupo. Nicolas Giannone, analista da Balanz UK, avalia que a recuperação da Raízen dependerá de fatores externos imprevisíveis, podendo levar ainda mais uma safra com fundamentos fracos.
Perspectivas futuras
Fontes afirmam que a expectativa é que a Raízen finalize o processo de captação e venda de ativos em breve, visando estabilizar sua situação. O fortalecimento do balanço é crucial para garantir o futuro da companhia, que desempenha papel importante na matriz energética e no agronegócio brasileiro.
Porta-vozes da Raízen, Cosan e do BTG Pactual recusaram-se a comentar a reportagem. A Shell declarou que segue confiante na estratégia da Raízen para reduzir seu endividamento e fortalecer seus resultados.
Para mais detalhes sobre o cenário financeiro da Raízen e suas operações, acesse este link.
Tags: economia, energia, agronegócio, mercado financeiro, dívida corporate


