Em uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (18/12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou seu desejo de ver o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como candidato em uma das eleições de 2026. A declaração ocorreu em resposta a uma pergunta feita pelo Metrópoles durante o evento. Lula destacou a relação pessoal e política que tem com Haddad, ressaltando a importância de respeitar a decisão do ministro.
A relação entre Lula e Haddad
“Tem coisas que têm que ser construídas. Todos vocês sabem a minha relação com o Haddad, o apreço que tenho e o respeito que sinto por ele”, afirmou Lula. O presidente enfatizou que tem ciência de que Haddad possui “maioridade e autonomia” para determinar seu futuro político, mas que ficaria contente se ele decidisse sair candidato. “Se você perguntar para mim se eu gostaria que ele fosse, eu gostaria que ele fosse. Por que eu não sei, preciso perguntar para ele”, complementou o presidente.
Possíveis candidaturas e a resistência de Haddad
Apesar da vontade expressa de Lula, Haddad tem se mostrado relutante em relação a uma candidatura. O ministro comunicou ao presidente que planeja deixar o Ministério da Fazenda no início do próximo ano, mas insiste que sua intenção é colaborar com a campanha de reeleição de Lula em 2026, em vez de buscar um cargo político para si mesmo.
O PT, no entanto, veicula que Haddad é uma figura forte para concorrer ao governo de São Paulo ou ao Senado, ressaltando que sua desistência de se candidatar seria uma perda significativa para o partido. Contudo, a resistência de Haddad é acompanhada pela dúvida de outros possíveis candidatos, como o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também tem demonstrado hesitação sobre sua própria candidatura.
A importância da candidatura forte em São Paulo
“Vou conversar com o Haddad e com o Alckmin, que são duas pessoas que tenho profundo respeito e admiração. E vou querer saber se eles querem ser alguma coisa, o que eles querem ser”, afirmou Lula, reafirmando que o PT precisa de um candidato forte em São Paulo, tanto para o governo quanto para o Senado. “Nós temos chance de fazer governador e fazer senador em São Paulo”, completou.
Contudo, Lula também deixou claro que não pode impor candidaturas e que cada um deve decidir o seu caminho. Essa postura demonstra uma tentativa de construir um diálogo interno no partido e promover uma maior participação dos líderes em definir suas ambições políticas.
Disputa pela sucessão na Fazenda
Conforme apresentado pelo Metrópoles, a saída de Haddad do comando da Fazenda já gera discussões sobre quem o sucederá. O ministro, até o momento, defende a indicação de Dario Durigan, atualmente secretário-executivo da pasta. Entretanto, membros do PT estão buscando um nome que represente melhor a ideologia do partido, com Bruno Moretti, presidente do conselho de administração da Petrobras, sendo um dos nomes cotados.
A disputa interna entre os membros do PT e as opções que estão em pauta demonstram uma movimentação política intensa em um momento em que a definição de nomes para a sucessão é crucial, especialmente em um cenário de eleições tão próximos.
O discurso de Lula e o futuro de Haddad refletem a constante adaptação do cenário político brasileiro, onde as relações pessoais e as decisões internas do partido podem influenciar diretamente os rumos das eleições futuras e a continuidade da agenda política em execução.



