O senador Flávio Bolsonaro (PL) confirmou nesta terça-feira (9/12) que pediu apoio ao Centrão para sua pré-candidatura à Presidência da República nas eleições de 2026. A declaração foi feita durante uma visita ao pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se encontra preso desde o dia 22 de novembro na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília (DF).
A conversa com líderes do Centrão
Flávio expressou que a reunião com líderes do Centrão foi positiva e que ele pretende continuar dialogueando com os presidentes dos partidos. “Sempre de uma forma muito franca, mas com eles ali conscientes de que essa candidatura é para valer”, destacou o senador. Ele se reuniu na segunda-feira (8/12) com os presidentes do PP, Ciro Nogueira, e do União Brasil, Antonio Rueda, durante um jantar. De acordo com Flávio, ambos prometeram consultar suas bancadas sobre o apoio à sua candidatura, que representa o bolsonarismo.
“Resumindo a conversa com o Ciro e com o Rueda: já era o que eu estava esperando. Eles foram bem claros ali, eu fui bem claro em pedir o apoio para eles, desde o primeiro momento”, declarou o senador.
O parlamentar afirmou ainda que a consulta das lideranças às suas bases é um passo essencial para a construção de alianças. “Eles vão fazer as análises, qual o impacto disso nos estados onde eles têm maior interesse”, completou Flávio.
As condições para a candidatura
Após anunciar, na última sexta-feira (5/12), que seria o candidato do grupo político no lugar do pai, Flávio Bolsonaro iniciou a busca por apoio de partidos de centro para firmar sua candidatura. Parte das negociações gira em torno de condições que ele estabeleceu, como a concessão de anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de Janeiro e ao seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A oposição no Senado
O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, comentou que até o momento os líderes do Centrão não demonstraram apoio imediato à pré-candidatura de Flávio. Essa hesitação pode influenciar a mobilização de votos para sua campanha futura.
O contraste entre irmãos
Enquanto Flávio busca o apoio do Centrão, seu irmão, Carlos Bolsonaro (PL), adotou uma postura crítica em relação ao grupo. Em um comunicado postado em sua conta no X, Carlos partiu para o ataque, questionando os interesses do Centrão. “O que realmente quer o Centrão? […] O Centrão opera para preservar os interesses do mercado financeiro, garantindo lucros astronômicos aos bancos”, denunciou Carlos, ressaltando a insatisfação com os altos juros que afetam a população.
A atitude de Carlos pode criar uma dinâmica interessante no seio da família Bolsonaro, refletindo as tensões internas em um momento crucial de construção de alianças. A estratégia de Flávio ao buscar apoio de forma pragmática, enquanto Carlos critica as motivações do Centrão, ilustra as divergências que podem surgir na corrida presidencial de 2026.
Próximos passos na campanha
Com a pré-candidatura se concretizando, Flávio Bolsonaro deve intensificar sua movimentação política. A busca por alianças e a construção de um discurso coerente serão fundamentais para solidificar sua presença no cenário eleitoral. O apoio do Centrão poderia ser um trunfo importante, embora a resistência de alguns de seus membros possa complicar a trajetória do senador.
No entanto, Flávio deixou claro: “Não é balão de ensaio, não tem volta”. Essa afirmação destaca sua determinação em avançar com a candidatura, mesmo diante dos desafios que se apresentam. O próximo ano promete ser um período de intensa movimentação política, onde as alianças e as rivalidades vão moldar o futuro das eleições de 2026 no Brasil.
