No último domingo (7/12), o senador Flávio Bolsonaro (PL) participou de um culto evangélico em Brasília, onde se posicionou como pré-candidato à presidência da República nas eleições de 2026. Após o evento, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro minimizou as críticas recebidas em relação ao seu anúncio e destacou que é um “Bolsonaro diferente”, mais centrado e preparado para dialogar com a população e construir um ambiente político mais pacífico.
Flávio Bolsonaro: um novo começo
Flávio anunciou sua pré-candidatura na última sexta-feira (5/12), revelando que o ex-presidente Jair Bolsonaro havia comunicado sua decisão a aliados próximos. Essa escolha surpreendeu alguns líderes partidários que esperavam uma candidatura mais convencional, como a do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Contudo, a eleição de Flávio como candidato acendeu uma chama de esperança para o bolsonarismo, mantendo o embate com o atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Com essa exposição e a cobertura que vocês da imprensa vão me dar, de conhecer um Bolsonaro diferente, um Bolsonaro muito mais centrado, um Bolsonaro que conhece a política, que conhece Brasília, um Bolsonaro que realmente vai querer fazer uma pacificação nesse país, diferente do que a gente está vendo com o atual governo”, disse o senador.
A recepção do público e o primeiro ato como candidato
A participação no culto evangélico representa o primeiro ato público de Flávio desde o anúncio de sua pré-candidatura. O evento foi um momento para se conectar com eleitores que se identificam com sua proposta política e religiosa. No entanto, a recepção à sua candidatura não foi unânime; muitos setores expressaram resistência à ideia de um novo Bolsonaro no cenário político.
Flávio, mesmo afirmando sua intenção de seguir em frente com a candidatura, não descartou a possibilidade de desistir, se isso fosse vantajoso. Ele revelou que estaria disposto a negociar sua desistência, lembrando que a votação da anistia aos presos do 8 de Janeiro poderia ser um ponto de discussão que beneficiaria seu pai.
“Olha, tem uma possibilidade de eu não ir até o fim. Eu tenho preço para isso. Eu vou negociar. Eu tenho preço para não ir até o fim. Só que eu vou falar para vocês amanhã”, declarou Flávio.
Desafios e alianças políticas
Flávio Bolsonaro deverá se reunir com líderes partidários na segunda-feira (8/12) para discutir o cenário político pós-anúncio. O senador mencionou que era importante dar tempo para que os líderes “digerissem” a notícia. Os participantes previstos incluem Valdemar Costa Neto, presidente do PL, Antonio Rueda, do União Brasil, e Ciro Nogueira, do PP, além do presidente do Republicanos, Marcos Pereira.
Desempenho nas pesquisas
Uma recente pesquisa do Datafolha, divulgada no sábado (6/12), apresenta Flávio Bolsonaro em desvantagem em um possível segundo turno contra Lula. De acordo com os dados, Lula tem 51% das intenções de voto, enquanto Flávio aparece com apenas 36%. A pesquisa, que envolveu 2.002 eleitores de 113 municípios entre os dias 2 e 4 de dezembro, possui uma margem de erro de dois pontos percentuais.
O cenário político brasileiro se encontra em constante mudança, e a posição de Flávio pode se tornar ainda mais relevante conforme se aproxima a data das eleições. O que se espera é que sua abordagem e a resposta dos eleitores reflitam a contínua transformação do cenário político no Brasil.
O futuro político de Flávio Bolsonaro estará diretamente ligado à sua capacidade de articular alianças e geralmente na recepção do público à sua nova imagem como um “Bolsonaro diferente”. Com as eleições de 2026 se aproximando, todas as movimentações no tabuleiro político precisam ser observadas com atenção.

