A recente pesquisa Datafolha, divulgada neste domingo, trouxe à tona dados reveladores sobre a opinião dos brasileiros a respeito da prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com a pesquisa, 54% da população considera justa a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que resultou na condenação do ex-mandatário a 27 anos e 3 meses de prisão por envolvimento em uma trama golpista. Em contraponto, 40% dos entrevistados discordam da sentença e 6% não souberam ou preferiram não responder.
A percepção sobre a pena e o local de cumprimento
Como parte do levantamento, os pesquisadores questionaram os entrevistados sobre onde Bolsonaro deveria cumprir a pena. 34% acreditam que ele deveria estar em regime domiciliar, enquanto 26% optam por um presídio comum. Outros 20% consideram que o ex-presidente deve ser detido em uma unidade militar e 13% defendem que ele permaneça na sede da Polícia Federal, onde se encontra atualmente. Sete por cento dos entrevistados não souberam responder.
O nível de informação da população
O Datafolha também avaliou o nível de informação dos brasileiros sobre a prisão definitiva de Bolsonaro. Aproximadamente 36% se sentem bem informados sobre o caso, enquanto 37% afirmam ter conhecimento, mas não consideram que estão totalmente atualizados. Apenas 11% se dizem mal informados e 16% revelaram que não tomaram conhecimento da situação.
Metodologia e amostragem
A pesquisa foi conduzida entre os dias 2 e 4 de dezembro de 2025, e entrevistou 2.002 pessoas com 16 anos ou mais em 113 cidades brasileiras. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos, o que proporciona uma boa representatividade dos diversos segmentos da população.
O contexto da prisão de Bolsonaro
A prisão de Jair Bolsonaro ocorreu após uma decisão do STF, em novembro, que confirmou o trânsito em julgado do processo relacionado à autoria e atuação na tentativa de golpe. Apesar da pena de 27 anos e 3 meses, a legislação brasileira prevê que Bolsonaro não cumprirá todo esse tempo atrás das grades. A legislação prevê que, após um período de tempo, ele pode ser transferido para um regime semiaberto, uma avaliação que será feita pela Justiça posteriormente.
Atualmente, espera-se que, de acordo com os parâmetros legais, Bolsonaro passe mais de seis anos em regime fechado antes de possível transição para o semiaberto.
Condições e histórico de saúde
Vale destacar que Bolsonaro já estava em prisão domiciliar desde agosto, devido a outra investigação que tramita no STF. Essa condição se deve a questões relacionadas ao seu estado de saúde, que se agravou ao longo de sua presidência. Desde que sofreu um atentado com faca durante a campanha presidencial de 2018, em Juiz de Fora, o ex-presidente lidou com diversas internações e sequelas.
Este cenário alimenta debates acalorados sobre o tratamento de líderes políticos e a para fazer refletir sobre as implicações da Justiça em casos de figuras públicas. A população parece dividida, mas a pesquisa do Datafolha revela uma maioria clara que considera a decisão do STF como justa, o que pode ser um reflexo dos sentimentos e expectativas em relação à lei e à política no Brasil.
Com isso, a investigação da Justiça está longe de terminar, e a opinião pública continuará a ser uma peça chave no acompanhamento e análise dos desenrolares dessa história.
