Brasil, 7 de dezembro de 2025
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Brasil avança em projetos de terras-raras e potencializa reservas estratégicas

O Brasil possui a segunda maior reserva mundial de elementos de terras-raras (ETRs), essenciais para indústrias de alta tecnologia e energia limpa. Atualmente, oito projetos de mineração em andamento podem desenvolver até 30% dessa reserva até 2029, com investimentos previstos de US$ 2,2 bilhões (R$ 11,5 bilhões) entre 2025 e 2029, segundo estimativas do Ibram.

Projetos e potencial de reservas de terras-raras no Brasil

Mapeados pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), os principais projetos estão em Minas Gerais, Goiás, Bahia e Amazonas, com capacidade estimada de produzir 6,3 milhões de toneladas de TREOs. O estoque total do país chega a 21 milhões de toneladas de óxidos de terras-raras (TREO), atrás somente da China, que lidera o mercado global.

Esforço em benefício de uma cadeia industrial completa

Além da exploração de reservas, o desenvolvimento da cadeia de beneficiamento é considerado fundamental. A produção de ETRs demanda uma estrutura industrial avançada de refino, beneficiamento e fabricação de componentes essenciais, como ímãs para motores de veículos elétricos e equipamentos de tecnologia.

O Brasil tem se destacado por suas reservas de argila iônica, um tipo de depósito que oferece uma qualidade única fora da Ásia, principal região de produção mundial. Empresas como a Viridis Mining & Minerals e a brasileira Brazilian Critical Minerals (BCM) avançam em projetos de beneficiamento e exploração, incluindo unidades em Poços de Caldas (MG) e no Amazonas.

Implicações geopolíticas e competição internacional

O interesse dos Estados Unidos nas reservas brasileiras é claro e estratégico. A Embaixada dos EUA comunicou ao Ibram a intenção de ampliar cooperação, alinhando-se à crescente disputa global por terras-raras, sobretudo diante do monopólio chinês na produção e refino desses minerais.

Segundo o analista Fernando Landgraf, professor da USP, a competição envolve não só a pesquisa de reservas, mas também o investimento em fase de beneficiamento, pois países ocidentais ainda não possuem capacidade de refino suficiente para suprir a demanda interna de forma competitiva.

Desafios e oportunidades para o setor brasileiro

Apesar do entusiasmo, desafios permanecem, como a baixa competitividade industrial, restrições de financiamento e a necessidade de um marco regulatório mais claro. A aprovação de um projeto de lei no Congresso, que propõe incentivos para incentivar a cadeia produtiva, busca superar essas limitações.

O governo também trabalha para fortalecer o marco regulatório, promovendo políticas que incluam incentivos fiscais, facilitação de licenças ambientais e garantias de crédito para pequenas mineradoras, essenciais para ampliar a produção nacional.

Perspectivas futuras e impacto econômico

Os projetos que se encontram em estágio inicial representam uma oportunidade de transformar o Brasil em um importante player mundial no mercado de minerais críticos. Segundo o consultor Roberto Guedes, a movimentação internacional indica uma corrida por alternativas à China, que domina as fases de beneficiamento e produção de componentes finais.

Com a ampliação dessas iniciativas, o Brasil tende a consolidar sua posição na cadeia global de terras-raras, contribuindo para a segurança de suprimentos estratégicos e fomentando a inovação tecnológica no país.

Para acompanhar o avanço dos projetos, o relatório do Ibram e do Cebri indica que o Brasil está em um momento decisivo de sua história mineral, podendo se tornar um grande exportador dessas matérias-primas nos próximos anos.

Fonte: GLOBO

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