O cenário político no Brasil se agita à medida que as eleições de 2026 se aproximam. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), tem sido pressionado publicamente por sua candidatura ao governo de São Paulo. Essa pressão se intensifica em meio a reveses enfrentados pelo bolsonarismo e as incertezas sobre o futuro do atual governador, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que é visto como o principal favorito na disputa, especialmente com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A análise do cenário eleitoral
Nesta quarta-feira, 28, o deputado federal Kiko Celeguim, presidente estadual do PT, garantiu em uma entrevista ao site “Platô BR” que Haddad estaria se preparando para concorrer. Apesar de negar essa intenção, o ministro revelou que suas decisões estão condicionadas a diálogos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Assim, Haddad poderia explorar tanto a candidatura ao governo do estado quanto ao Senado, com a perspectiva de enfrentar políticos ligados ao bolsonarismo, como Guilherme Derrite (PP) e Marco Feliciano (PL).
Aumento da visibilidade política
Um dos indícios de que Haddad pode estar se preparando para uma possível candidatura é seu crescente envolvimento em questões de destaque político. O ministro foi um dos principais promotores da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, um projeto aprovado recentemente pelo Congresso e sancionado por Lula. Além disso, Haddad está intimamente ligado ao debate sobre a taxação dos super-ricos e tem feito críticas contundentes a Tarcísio, insinuando que o governador age para beneficiar interesses da elite financeira em São Paulo.
Expectativas dentro do PT
Em agosto, Edinho Silva, presidente nacional do PT, já havia dado indicações de que Haddad e outras lideranças da sigla teriam “missão eleitoral”. Isso alimentou as especulações de que Haddad estaria “em processo de aceitação” quanto à sua candidatura, e correligionários acreditam que Lula dificilmente o deixaria de fora da corrida eleitoral. Para que isso se concretize, Haddad precisaria se descompatibilizar de seu cargo até abril, em cumprimento às exigências da Justiça Eleitoral.
O apoio de lideranças do partido
Embora Edinho Silva e Kiko Celeguim não tenham atendido aos pedidos de entrevista do GLOBO, outros membros influentes do partido, como o deputado federal Rui Falcão, manifestaram seu apoio a uma possível candidatura de Haddad. Falcão argumenta que a presença de Haddad em um palanque forte em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, seria benéfica, mas não fez promessas definitivas. “Se ele quiser, acho que seu nome seria aprovado pelo PT e por aliados”, afirmou.
Diálogos sobre candidaturas
O ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), mencionou ter conversado com Haddad antes de sua própria intenção de candidatura ao governo paulista, em busca de uma aliança com o PT. França acredita que a melhora na avaliação do governo Lula e os reveses experimentados pelos bolsonaristas reanimam a perspectiva de candidaturas por parte de aliados, incluindo Haddad e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede).
Em uma recente entrevista ao canal de TV GloboNews, Haddad reiterou que não tem planos de deixar seu cargo em abril para se candidatar. Ele respondeu a essa insistência informando que já “respondeu milhões de vezes” sobre sua decisão e reafirmou sua intenção de permanecer no Ministério, enfatizando que se o presidente solicitar, ele ficará até o final do mandato.
O que esperar do futuro
O clima político em São Paulo e em nível nacional continua em ebulição. A pressão sobre Haddad para entrar na corrida eleitoral aumenta, mas sua posição atual como ministro da Fazenda o impede de se comprometer oficialmente com uma candidatura. Embora a estratégia do PT ainda não esteja totalmente definida, Haddad é um nome forte a ser considerado nas próximas eleições, e sua decisão pode impactar profundamente a dinâmica política do estado e do país.
O futuro de Haddad nas eleições de 2026 permanece incerto, mas a expectativa sobre sua candidatura continua a crescer entre apoiadores e adversários. Com o panorama político se transformando rapidamente, o próximo mês poderá trazer mudanças decisivas no posicionamento de Haddad e na configuração da disputa eleitoral em São Paulo.



