Em meio a um acirrado embate dentro da direita pela definição de candidaturas ao Senado por Santa Catarina nas eleições de 2026, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez declarações contundentes nesta segunda-feira (27/10) por meio de sua conta no X (antigo Twitter). Ele afirmou que os bolsonaristas não se sentem ligados a partidos, nem seguem as orientações do “partido do Bolsonaro” ao votar.
A polêmica em torno de Caroline De Toni
Essas afirmações de Eduardo surgiram após especulações sobre a deputada Caroline De Toni (PL-SC) estar prestes a se filiar ao partido Novo para disputar uma vaga no Senado. Essa movimentação teria ocorrido após a deputada ser supostamente preterida por Jorginho Melo, governador de Santa Catarina, que estaria garantindo uma vaga para o aliado Espiridião Amin (PP). Carlos Bolsonaro, vereador e irmão de Eduardo, também estaria na disputa, deixando seu mandato no Rio para se candidatar por Santa Catarina em 2026.
“Bolsonarista não se importa com partido, desde que não seja PT e seus puxadinhos. Bolsonarista não vota em quem o ‘partido do Bolsonaro’ manda. Quem ignora isto é que vive numa bolha e acaba se desgastando”, afirmou Eduardo, de acordo com a publicação.
Eduardo, que atualmente reside nos Estados Unidos, ainda enviou congratulações a seu irmão, Carlos, e pediu que “Deus ilumine os dirigentes do PL para que tomem a decisão correta, que na política é aquela mais alinhada com os interesses do povo”. Esse tipo de expressão parece reforçar a fratura que se estabelece dentro do próprio agrupamento bolsonarista, na medida em que os filiados ao PL se veem cada vez mais pressionados diante das movimentações políticas e das crescentes demandas eleitorais.
Reações à declaração de Eduardo Bolsonaro
O vereador Carlos Bolsonaro também comentou as declarações feitas pelo presidente do partido Novo, Eduardo Ribeiro, ao Estadão, sobre a possível filiação de De Toni. Ribeiro confirmou o convite à deputada e, em resposta, Carlos assegurou que existe um “plano cristalino e diário para desconstruir Jair Bolsonaro”. Ele afirmou que “os pré-candidatos ao Senado em Santa Catarina de Jair Bolsonaro são Carol De Toni e Carlos Bolsonaro”. Essa competição interna dentro da base bolsonarista tende a escalar em intensidade conforme as eleições se aproximam.

A repercussão dessas declarações e a disputa interna demonstram que o clima na direita, especialmente entre os apoiadores de Jair Bolsonaro, é tenso e marcado por disputas de poder e espaço. O que ficará em aberto é a capacidade dos bolsonaristas de unir forças em um momento crucial, como o que se aproxima, ou se continuarão a se fragmentar.
O cenário eleitoral para 2026
A escalada das discussões sobre as vacâncias no Senado representa uma antecipação do que promete ser uma disputa acirrada. As eleições estarão programadas para o dia 4 de outubro de 2026, e os senadores em jogo equivalem a dois terços da Casa Alta. Cada estado do Brasil escolherá dois representantes para a indicação. A corrida por vagas é acentuada em um momento em que o PL parece ter um favoritismo, conforme a pesquisa eleitoral divulgada pela Noekemp Pesquisas em 25 de setembro.
No primeiro cenário, Carlos Bolsonaro lidera com 32,5%, seguido pela deputada Caroline De Toni com 18,1% e o ex-deputado Décio Lima (PT) com 15,9%. Os demais competidores desempenham papéis secundários: Espiridião Amin (PP) tem 9,5%, Carlos Chiodini (MDB) 4,5%, e Gilson Marques (Novo) 4,3%. Na segunda simulação, vemos Carlos com 32,4%, De Toni com 20,9%, e Décio Lima com 15,2%, prosseguindo com Amin e Chiodini firmes nas suas parcelas.
Com as movimentações em jogo, a expectativa é que a disputa pelo Senado em Santa Catarina possa moldar o cenário político nacional e fornecer uma radiografia das tendências que emergirão na política nos próximos anos. A tensão e a rivalidade parece que estão apenas começando, e a imprensa, o eleitor e os próprios candidatos permanecerão atentos aos próximos acontecimentos nesta corrida.

