Em um desdobramento que exemplifica a crescente tensão entre setores do Partido dos Trabalhadores (PT) no Rio de Janeiro, o prefeito de Maricá e vice-presidente nacional do partido, Washington Quaquá, lançou uma séria acusação contra lideranças ligadas ao governo federal. Ele criticou o uso da máquina pública em favor de interesses pessoais, enquanto Lindbergh Farias, líder do partido na Câmara dos Deputados, revidou com termos depreciativos, aumentando ainda mais a disputa interna.
Acusações e resposta acalorada
A polémica teve início quando Quaquá usou suas redes sociais, especialmente o Instagram e o WhatsApp, para criticar Lindbergh, o secretário especial de assuntos parlamentares do governo Lula, André Ceciliano, e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Em seu desabafo, ele afirmou que Lula é mencionado de forma quase irrelevante em encontros políticos enquanto figuras como Eduardo Paes, do PSD, são favorecidas. “Lindbergh e Ceciliano estão usando a influência com a @gleisihoffmann para fazer política própria”, acusou o prefeito.
Esta crítica se intensificou quando Quaquá compartilhou um vídeo mostrando Lindbergh e Ceciliano ao lado do prefeito de Casimiro de Abreu. Para ele, a participação de Lula na fala foi quase nula, o que aponta para uma falta de empenho na promoção da candidatura do presidente nas próximas eleições. “O uso da máquina federal por Lindbergh e Ceciliano serve só para eles! Não falam sequer do Lula! Não organizam nada para fazer campanha pro Presidente Lula e Eduardo Paes!”, disparou.
As reações dentro do partido
Em resposta, Lindbergh não hesitou em criticar Quaquá. Em suas redes sociais, ele expressou sua aversão a ter que responder a alguém que considera “desprezível”. O tom das palavras de Lindbergh foi pesado, mencionando “baixo nível” e “cheiro de esgoto” em referência ao correligionário. Ele ainda reforçou que as obras discutidas com o prefeito de Casimiro de Abreu foram parte do programa de investimento do governo Lula, apontando que ele próprio não tem responsabilidade pelas críticas direcionadas a Gleisi Hoffmann.
Tensões e disputas eleitorais
A briga interna no PT também reflete as crescentes divisões enquanto se aproximam as eleições de 2026, especialmente a disputa pelo Senado. Lindbergh, Ceciliano e outros aliados têm promovido a candidatura da deputada Benedita da Silva, enquanto Quaquá e seus apoiadores, incluindo o cantor Neguinho da Beija-Flor, buscam uma nova direção para o partido.
Além disso, Quaquá demonstrou apoio a outra candidatura, a de Alessandro Molon (PSB), ampliando ainda mais a fragmentação política dentro do PT. A luta pelo poder está fazendo com que as desavenças sejam mais visíveis, e os membros se posicionem claramente em lados opostos.
Ponto de vista e perspectivas futuras
Esse embate expõe uma realidade bem mais profunda, onde as alianças internas podem afetar diretamente a eficácia do Partido dos Trabalhadores no processo eleitoral. Lindbergh e seus aliados acreditam que Quaquá, com suas posições controversas, pode estar prejudicando ações do partido e a sua recuperação política. Enquanto isso, Quaquá considera que os membros do partido ligadas ao governo estão mais preocupados em garantir seus próprios interesses do que em trabalhar para fortalecer a candidatura de Lula e, por consequência, a imagem do PT.
A confluência de interesses pessoais e as rivalidades internas trazem à tona a necessidade de um diálogo mais aberto dentro do partido, a fim de consolidar uma estratégia vitoriosa para o futuro. Com as eleições de 2026 se aproximando, essas desavenças poderão ter um impacto significativo nas chances do PT de manter sua relevância e influência no cenário político brasileiro.
A luta pelo espaço político no PT do Rio de Janeiro se intensifica, e o olhar dos eleitores estará atento às movimentações e às alianças que possam surgir das cinzas dessa disputa interna.



