O ministro Luís Roberto Barroso, de 67 anos, anunciou sua saída do Supremo Tribunal Federal (STF) antes da obrigatoriedade de aposentadoria aos 75 anos, prevista para 2033. A decisão foi motivada pelo impacto pessoal da exposição pública, que afetou não apenas sua vida, mas também a de seus filhos e familiares.
O custo da exposição pública
Em uma entrevista à GloboNews, Barroso expressou seu desconforto com a situação atual: “Hoje em dia, eu não posso sair na rua sem três seguranças. Essa foi a transformação. Esse é o custo pessoal de um país em que alguma coisa aconteceu, que gerou muito ódio e muita raiva nas pessoas”. Sua declaração reflete o trauma que muitos representantes públicos enfrentam atualmente no Brasil, marcado por tensões políticas e sociais crescentes.
Quem pode substituir Barroso?
Com a saída de Barroso, a expectativa recai sobre a escolha de seu sucessor. Nos bastidores, quatro nomes se destacam como possíveis substitutos: Jorge Messias, atual advogado-geral da União, Rodrigo Pacheco, ex-presidente do Senado, Bruno Dantas, ministro do Tribunal de Contas da União, e Vinícius Carvalho, ministro da Controladoria-Geral da União. O próximo nome a ser indicado deve representar uma continuidade ou mudança nas tendências jurídicas do STF.
A influência de Barroso no STF
Barroso foi um dos principais protagonistas do STF nos últimos 12 anos, ocupando a presidência do tribunal nos últimos dois anos. Sua atuação foi marcada por decisões polêmicas e por uma postura de defesa das garantias constitucionais, enfrentando questões delicadas, como a descriminalização da maconha e direitos políticos em tempos de crise. Ao se despedir, ele comentou: “Foram tempos de imensa dedicação. A vida me proporcionou a bênção de servir ao país, sem ter qualquer interesse que não fosse fazer o que é certo, justo e legítimo”.
Os planos futuros de Barroso
Após a sua aposentadoria, Luís Roberto Barroso revelou que pretende se dedicar a projetos pessoais. Um dos planos inclui a produção de um livro de memórias, no qual pretende compartilhar suas impressões sobre sua experiência à frente do STF e na observação da política brasileira. Além disso, ele planeja se aprofundar em estudos e manter contato com instituições acadêmicas internacionais, como Harvard e Yale, apesar das complicações causadas por sanções dos Estados Unidos, que afetaram a mobilidade de alguns ministros do STF.
A lista de aposentadorias dos ministros do STF
A saída de Barroso reacende a discussão sobre a nova composição do Supremo Tribunal Federal. A lista de aposentadorias dos ministros é um tema recorrente, que traz à tona a importância do planejamento sucessório no tribunal. Os prazos de aposentadoria de outros ministros que ainda ocupam suas cadeiras são os seguintes:
- Luiz Fux – 2028
- Carmen Lúcia – 2029
- Gilmar Mendes – 2030
- Edson Fachin – 2033
- Dias Toffoli – 2042
- Alexandre de Moraes – 2043
- Flávio Dino – 2044
- Nunes Marques – 2047
- André Mendonça – 2047
- Cristiano Zanin – 2050
Aos 67 anos, Barroso pode ser um exemplo dos desafios enfrentados por figuras públicas no Brasil, onde a política se tornou um campo de batalhas acirradas. Com sua saída, abre-se um novo capítulo para o STF e para o futuro da justiça no país.