Brasil, 24 de setembro de 2025
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China se aproxima de um superávit comercial recorde de US$ 1,2 trilhões

Durante meses de tarifas elevadas dos EUA, exportações chinesas seguem em alta.

Em um cenário econômico global marcado por tensões comerciais, a China está prestes a atingir um superávit comercial recorde de US$ 1,2 trilhões. O presidente Xi Jinping demonstrou que a máquina exportadora do país permanece inabalável, mesmo diante de cinco meses consecutivos de altas tarifas impostas pelos EUA. Este panorama de crescimento nas exportações chinesas levanta preocupações internacionais sobre os impactos na indústria local de outros países.

O crescimento das exportações chinesas

Com o acesso ao mercado dos EUA restrito, os fabricantes chineses não se intimidaram. As compras da Índia, por exemplo, atingiram um recorde histórico em agosto, enquanto os embarques para a África estão a caminho de um recorde anual. Além disso, as vendas para o Sudeste Asiático superaram os níveis do período pré-pandemia. Esse aumento geral nas exportações está gerando apreensão no exterior, pois os governos enfrentam o dilema de proteger suas indústrias domésticas sem antagonizar Beijing, que é o principal parceiro comercial de mais da metade do planeta.

Medidas protecionistas em resposta

Até agora, apenas o México adotou uma resposta pública a essa situação, considerando tarifas de até 50% sobre produtos chineses, como carros e peças automotivas. Outros países também estão sob pressão para agir: as autoridades indianas receberam 50 solicitações para investigar a prática de “dumping” por países como China e Vietnã. Na Indonésia, o ministro do Comércio se comprometeu a monitorar uma enxurrada de produtos, após vídeos virais de vendedores chineses oferecendo jeans e camisetas a preços baixíssimos.

No entanto, as ações significativas contra a China parecem limitadas. Muitos países que já estão em negociações tarifárias com a administração Trump hesitam em iniciar uma nova guerra comercial com a segunda maior economia do mundo, o que está proporcionando a Beijing um espaço para respirar ao se esquivar de tarifas que, segundo economistas, poderiam reduzir pela metade a taxa de crescimento anual do país.

A resposta cautelosa das nações

O medo de prejudicar as economias internas fez com que muitos líderes agissem com cautela. O ministro do Comércio da África do Sul aconselhou contra tarifas punitivas sobre exportações de carros chineses, que quase duplicaram neste ano. Enquanto isso, países como Chile e Equador impuseram silenciosamente taxas específicas sobre importações de baixo custo.

O Brasil, embora tenha ameaçado represálias mais agressivas, concedeu uma janela livre de tarifas à BYD, a maior fabricante de carros elétricos da China, para aumentar a produção local. Este tipo de retórica reflete a complexidade das relações comerciais em um cenário onde os países tentam equilibrar suas dependências econômicas de Beijing.

Os riscos e as expectativas do comércio global

A diplomacia chinesa está em ação, combinando charme e ameaças econômicas para evitar retaliações diretas. Durante uma recente chamada de líderes do BRICS, Xi Jinping pediu uma voz unificada contra o protecionismo. Além disso, a China alertou o México sobre possíveis consequências se o país seguir em frente com suas tarifas.

Essas tensões comerciais têm o potencial de complicar o cenário econômico interno da China, que já enfrenta desafios como uma crise no setor imobiliário e uma população que envelhece. Com as exportações a todo vapor, os lucros das empresas industriais caíram 1,7% nos primeiros sete meses do ano, evidenciando que a expansão nas exportações não está beneficiando a economia doméstica da mesma forma.

A busca por novos mercados

A capacidade da China de redirecionar exportações para novos mercados tem sido notável. As vendas para a Índia, por exemplo, atingiram o recorde de 12,5 bilhões de dólares no último mês, impulsionadas pela transferência de produção de grandes fabricantes de iPhones. Isso demonstra que, enquanto o país enfrenta limites no mercado dos EUA, está se adaptando rapidamente, encontrando novos clientes na Europa e na Austrália.

O impacto de um comércio internacional em transformação pode ser significativo. Com a moeda chinesa se desvalorizando em relação ao dólar e a fatores como cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve contribuindo para essa dinâmica, as exportações chinesas podem continuar a se expandir, mesmo em um ambiente global desfavorável.

Por fim, a questão permanece: a China conseguirá manter esse impulso de crescimento exportador diante de desafios internos e pressões externas? Somente o tempo dirá, mas, por enquanto, o superávit comercial recorde parece estar ao alcance.

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