Brasil, 21 de setembro de 2025
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Aumento da violência contra igrejas e religiosos na RDC

A violência contra igrejas e sacerdotes em Ituri, na RDC, segue em ascensão, com múltiplos assaltos e ataques violentos registrados.

No último dia 16 de setembro, mais um caso de violência contra um sacerdote foi registrado em Ituri, no leste da República Democrática do Congo (RDC). Este episódio, que se soma a uma série de ataques a instituições religiosas, evidencia a crescente insegurança na região e a luta das autoridades para conter essa onda de criminalidade.

O ataque à escola propedêutica

Na noite entre 15 e 16 de setembro, bandidos armados invadiram a escola de formação propedêutica localizada perto da Cúria episcopal, no bairro de Mudzipela, em Bunia, a capital da província de Ituri. Os criminosos, que estavam munidos de martelos, facas e outras ferramentas, atacaram o segurança do local para forçá-lo a revelar a localização do dinheiro guardado na instituição.

O padre Jean-Deogratias Budjona, diretor espiritual do centro de formação, relatou que o segurança foi torturado, recusando-se a revelar informações sob ameaça de morte. “Enquanto ele gritava, o padre Justin Logo, um dos religiosos presentes, abriu a porta. Ao perceber a presença dos ladrões, tentou fechá-la, mas não teve sucesso. Em meio ao tumulto, os criminosos conseguiram entrar na sala de visitas. O sacerdote tentou escapar para seu quarto, mas foi perseguido e esfaqueado no braço”, detalhou Budjona. Graças ao acionamento do alarme, uma patrulha militar conseguiu intervir, evitando que a situação se agravesse ainda mais.

Crescimento da insegurança em Ituri

Este foi o terceiro assalto à escola propedêutica desde julho, refletindo uma preocupante tendência de ataques a instituições religiosas na região. Outros locais, como igrejas e conventos em Ituri, Lopa, Komanda e Nyakasanza, também foram alvos de bandidos neste ano.

Os episódios de violência mais chocantes incluem o ataque de milicianos da CODECO em 21 de julho contra a Paróquia de São João de Capistrano, em Lopa, e um ataque brutal de islâmicos da ADF na noite entre 26 e 27 de julho, na Paróquia da Beata Maria-Clementina Anuarite, em Komanda, onde cerca de 50 pessoas foram assassinadas e 40 jovens sequestrados. Vale ressaltar também a profanação da igreja vinculada ao centro propedêutico de São Kizito, em Bunia, durante a noite entre 19 e 20 de agosto.

A presença de grupos armados

A província de Ituri enfrenta uma grave crise de segurança, com a atuação de diversos grupos armados que semeiam o caos entre os civis. O banditismo generalizado tem contribuído para a deterioração da segurança, apesar da declaração de estado de sítio em vigor desde maio de 2021, o que deveria garantir um maior controle militar na área.

Embora o atual estado de sítio concede amplos poderes às forças armadas, a situação continua alarmante, e a população local vive em constante medo. Nos últimos quatro anos, as autoridades não conseguiram restaurar a ordem e, por isso, muitos se questionam sobre a eficácia das medidas tomadas para proteger a população e as instituições religiosas.

Como a violência se intensifica e novos relatos de agressões surgem, o clamor por uma resposta mais eficaz e estratégica por parte do governo e das forças de segurança se torna cada vez mais urgente. A proteção das instituições religiosas e dos cidadãos é fundamental para a restauração da paz e da coesão social em uma das regiões mais conflituosas da RDC.

Em tempos de dor e insegurança, é vital que a comunidade internacional também volte seus olhos para a situação da República Democrática do Congo, a fim de buscar soluções que possam contribuir para a estabilização da região e a proteção dos direitos humanos de seus cidadãos.

*Com informações de Agência Fides

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