Brasil, 21 de setembro de 2025
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Agricultores nos EUA enfrentam crise após tarifações e queda de preços

Fazendeiros americanos lutam contra os efeitos das tarifas comerciais e da queda nos preços das safras, buscando ajuda emergencial do governo

Os agricultores dos Estados Unidos estão passando por uma grave crise econômica, agravada pela redução nos preços das safras e pelas tarifas impostas pelo governo de Donald Trump contra a China e outros países. Estados rurais como Arkansas e Dakota do Norte já trabalham na negociação de um pacote de ajuda emergencial para o setor agrícola, que enfrenta dificuldades financeiras profundas.

Pressão por ajuda emergencial na Casa Branca

Parlamentares republicanos, aliados de Trump, têm pedido ao governo uma resposta rápida para a crise no campo. Segundo deputados ouvidos pela agência Reuters, negociações estão em andamento para aprovar um pacote de auxílio ainda neste ano, com valores superiores aos do primeiro mandato de Trump, quando o governo desembolsou US$ 23 bilhões para compensar perdas na guerra comercial com a China.

Crise de endividamento e riscos financeiros

No início de setembro, cerca de 500 agricultores em Arkansas alertaram sobre a impossibilidade de pagar empréstimos bancários feitos para a compra de sementes. “A agricultura virou uma roleta russa. Você precisa pagar o empréstimo para poder plantar no próximo ano”, afirmou o fazendeiro Scott Brown, à Reuters.

O deputado Rick Crawford, representante do Arkansas, destacou a necessidade de um sinal positivo do governo, mesmo sem a aprovação imediata do pacote de auxílio. “O que os agricultores e banqueiros mais precisam é de uma confirmação de que haverá dinheiro. Sem isso, enfrentaremos calamidades financeiras na área rural americana”, alertou.

Tarifas e impacto sobre a soja brasileira e americana

Um dos setores mais afetados pela guerra comercial é o da soja, com os produtores americanos sofrendo perdas significativas após a China suspender suas compras do grão de setembro a janeiro, o que pode gerar prejuízos bilionários. Enquanto isso, a China tem aumentado suas compras de soja brasileira para suprir a demanda interna.

Em agosto, a Associação Americana de Soja advertiu Trump de que o setor está “à beira de um precipício financeiro e comercial”. O presidente da entidade, Caleb Ragland, afirmou que “os produtores de soja nos EUA não podem sobreviver a uma disputa comercial prolongada com a China”.

Perdas e declarações de agricultores

Josh e Jordan Gackle, produtores na Dakota do Norte, disseram ao New York Times que terão uma perda de US$ 400 mil neste ano devido à suspensão das compras chinesas. Antes das tarifas de Trump, mais de 70% da soja produzida na região era exportada ao país asiático. “Tudo isso é desnecessário. Os EUA não foram obrigados a entrar nessa situação”, declarou Jordan Gackle.

Perspectivas de ajuda e medidas futuras

Segundo a secretária de Agricultura, Brooke Rollins, o governo pode usar receitas das tarifas para financiar o programa de ajuda agrícola. Em entrevista ao Financial Times, ela afirmou que as medidas serão anunciadas “em breve”.

Autoridades estaduais e federais continuam negociando a elaboração de um pacote de auxílio, na tentativa de mitigar os prejuízos do setor rural dos EUA. O encontro de interesses busca evitar uma crise ainda maior na agricultura americana, diante da redução de receitas e das dificuldades de pagamento de empréstimos pelos fazendeiros.

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