Brasil, 20 de setembro de 2025
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Lei de Minnesota que proíbe terapia de mudança enfrenta críticas por impacto em jovens

Lei que impede aconselhamento que não valide orientações sexuais e identidades de gênero tem causado debates sobre acesso a tratamentos específicos para menores

A legislação de Minnesota, sancionada pelo governador Tim Walz em 2023, proíbe terapeutas de oferecerem terapia de mudança para menores, restringindo abordagens que não sejam afirmativas da orientação sexual ou identidade de gênero.

Impactos na saúde mental de jovens com dúvidas sobre sua identidade

Desde sua implementação em 1º de agosto de 2023, a lei tem dificultado o acesso a recursos terapêuticos voltados a jovens que desejam entender ou modificar sua orientação sexual ou identidade de gênero, muitas vezes buscando alternativas que desafiem a aceitação social ou familiar.

David Kirby, terapeuta clínico de Minnesota, afirmou à CNA que a norma criou uma nova “minoria”: jovens atraídos por pessoas do mesmo sexo que não querem essa atração. “Alguns sentem que sua atração gay é ego distortivo. Talvez tenham nascido com essa propensão, mas sabem que não foi assim que foram criados”, explicou.

Posição da comunidade médica e debates éticos

A Associação Americana de Psiquiatria (APA) condena a “terapia de conversão”, argumentando que tais esforços não constituem terapia e podem causar prejuízos. Segundo a APA, “atrações românticas e sexuais do mesmo sexo são variações normais da sexualidade humana”, destacando que tentativas de mudança oferecem riscos e poucas chances de sucesso.

Apesar de a prática ter sido assinalada na história por técnicas como terapia de choque, a APA ressalta que, nas últimas décadas, a abordagem predominante envolveu principalmente psicoterapia cognitivo-comportamental, sem uso de métodos prejudiciais.

Consequências sociais e profissionais da lei

Críticos argumentam que a norma limita a atuação de terapeutas ao desencorajar o tratamento de outros problemas psicológicos associados às questões de orientação sexual ou identidade de gênero, como depressão e ansiedade. Além disso, muitos profissionais temem sanções legais ou disciplinares ao abordarem esses tópicos de forma não afirmativa.

Kirby relata que, desde a aprovação da lei, alguns colegas têm enfrentado dificuldades, sendo “hostilizados” ou submetidos a “abuso verbal”, o que contribui para um ambiente de silêncio e medo na prática clínica.

Perspectivas futuras e debates éticos

Para Kirby, a legislação perpetua a ideia de que não é possível mudar a orientação sexual ou identidade de gênero, criando uma falsa percepção de que qualquer discordância é motivada por homofobia ou transfobia. “O propósito do terapeuta é ouvir o paciente, não impor uma agenda”, reforça.

Atualmente, 23 estados e o Distrito de Colúmbia possuem leis que proíbem ou restringem a terapia de conversão, segundo o movimento de defesa LGBT LGBT Map.

Conselhos cristãos e a busca por compreensão

Kirby destacou que, em situações de crise, jovens como Robin Westman, que manifestaram dúvidas sobre sua identidade antes de um ataque a uma escola em Minneapolis, poderiam encontrar apoio compreensivo e compassivo em abordagens que não excluem o diálogo ou o cuidado terapêutico aberto.

“No final, não se trata de mudar de gênero, mas de descobrir a dor mais profunda”, afirmou. “O que fazemos é ajudar a encontrar a verdadeira origem do sofrimento, na busca por uma compreensão mais profunda do que somos diante de Deus e de nós mesmos.”

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